
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a pandemia do novo coronavírus (COVID-19) assinalam que o epicentro da crise se deslocou da China para a Europa. Países como a Itália estão enfrentando os impactos do crescimento exponencial de casos registrados e de perdas de vidas humanas.
Até o dia 28 de março a China computava 81 mil casos confirmados e 3 mil mortes provocadas pela Covid-19, evidenciando uma taxa de letalidade de 4%. Somente a província de Hubei, onde a epidemia do novo coronavírus se iniciou, foi responsável por 82% dos pacientes confirmados e 96% das pessoas que evoluíram ao óbito na China. A curva epidemiológica daquele país se encontra em platô, ou seja, o número de indivíduos infectados se estabilizou. No referido dia foram registrados 54 novos casos e 3 mortes.
O primeiro caso notificado do novo coronavírus ocorreu em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital de Hubei. Apesar de o governo da China ter demorado em reconhecer a gravidade e magnitude do problema, ainda em janeiro uma série de intervenções foram adotadas para conter a expansão da doença. As ações se caracterizaram pelo aumento da capacidade de atendimento e tratamento de pacientes infectados no sistema de saúde e maior rigor nos protocolos de saúde para o isolamento de indivíduos positivos para Covid-19. Também foram implementadas estratégias que reduziram a circulação e aglomeração de pessoas, como a suspensão de aulas presenciais e de serviços de transporte, o fechamento de indústrias e estabelecimentos comerciais. Hubei foi alvo de uma quarentena em massa com o fechamento de suas fronteiras e bloqueio de aeroportos e demais terminais de transporte.
Por conta dessas ações, a China conseguiu controlar a disseminação da Covid-19 para outras províncias e estabilizar a curva epidemiológica. Com a grave crise de saúde pública controlada e milhares de vidas preservadas, o cotidiano e atividades socioeconômicas encontram um ambiente favorável para serem retomados. Após dois meses de quarentena, na última semana, as autoridades começaram suspender as medidas que restringiam o tráfego em várias cidades de Hubei. A cidade de Wuhan ainda permanecerá em quarentena e isolada até o início de abril.
Na Itália, até a data base de comparação deste artigo, 28 de março, tinham sido registrados 92 mil casos e 10 mil mortes pelo novo coronavírus, o que resulta em uma taxa de letalidade por Covid-19 de 11%. Somente naquele dia aproximadamente 6 mil novos casos e 900 mortes foram contabilizados. A curva epidemiológica italiana se mostra em crescimento exponencial.
CASO DA ITÁLIA
O primeiro caso de morte pelo novo coronavírus nesse último país aconteceu no final de janeiro. Diferentemente da China, autoridades italianas não direcionaram esforços para a adoção de medidas de prevenção, mitigação e controle da expansão da doença. Paradoxalmente, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou em estimular a campanha “Milão não para”, que foi lançada para estimular a população a continuar as atividades econômicas e sociais. Atualmente, Milão é a província italiana mais atingida pela pandemia. Responde por mais de 33% dos casos confirmados e 40% das mortes computadas naquela nação. Várias províncias italianas seguiram o mesmo posicionamento e hoje estão enfrentando sérios problemas.
A Itália está tendo que remediar impactos ocasionados por tomadas de decisões desastrosas e irresponsáveis de seus governantes. Com mais de 10 mil mortes pela Covid-19, os italianos estão sendo forçados a adotarem tardiamente medidas para mitigar os impactos da pandemia na saúde pública, economia e sociedade.
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