No final de agosto, vivi emoções próprias dos idosos. Boas, diga-se de passagem. Primeiro foi a vez de encontrar, lá na Curva da Jurema, gente que frequentava a Praia do Canto em meados dos anos 70. Uma baita festa de reencontro que cresce a cada ano, atraindo os que aproveitaram o que havia de bom no bairro.
Foi tempo de saber de parentes e amigos distantes, relembrar passagens curiosas, matar saudades que nem se sabia existirem. A farta distribuição de simpatia facilitava a aproximação até de quem mal se via naquela época. A leitura do livro de memórias, lançado no dia, foi feita de arranco e terminou na madrugada de domingo, deixando a alma ainda mais leve.
Na semana passada, estive na abertura da trigésima edição da Feira do Mármore e Granito, em Cachoeiro. Fui receber, ao lado de outras pessoas, homenagem por ter participado da sua criação e de ter ajudado a torná-la um fator estratégico para o desenvolvimento do setor de rochas ornamentais aqui no Estado e por aí afora.
Para os dinossauros como eu, foi uma emocionante noite de saudade, de pura confraternização. Para os que chegaram depois, a solenidade foi de reconhecimento do mérito de um pequeno grupo de sonhadores, formado por empresários e gente do governo.
Os discursos dos dirigentes das entidades, do prefeito e do governador soaram como verdadeiras convocatórias para acelerar o fortalecimento do setor como um todo, que hoje conta com cerca de mil e quinhentas empresas e impacta a vida de uns oitenta mil capixabas.
Teve quem dissesse que ali se comemorava a ousadia de uns poucos que realizaram, sob a descrença de muitos e a surpresa de alguns, evento tão relevante em lugar tão improvável. É que na primeira edição da feira, os estandes dos expositores foram instalados nos galpões das baias de bois do Parque de Exposições, e o transformador, não suportando a demanda de energia, explodiu minutos antes de começar a solenidade de abertura. Sinceramente, eu não me lembro de gente reclamando do improviso, da escuridão nem do calorão cachoeirense de novembro.
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