Apaixonada por vinhos, Nádia Alcalde é jornalista, sommelière e consultora. Escreve sobre o universo da bebida, antenada com lançamentos, tendências e notícias.

Rota do vinho no ES: 5 vinícolas para visitar em Santa Teresa

Nos passeios, é possível conhecer de perto o processo de elaboração da bebida, colher uvas no parreiral e até degustar uma tacinha

Publicado em 21/07/2021 às 02h02
Vinícola Tabocas. Produção de vinho em Santa Teresa. Primeira vinícola a elaborar vinho fino, o Tabocas
A vinícola Tabocas foi a primeira do Estado a elaborar um vinho fino, o Tabocas. Crédito: Carlos Alberto Silva

Em Santa Teresa, como em toda região com grande influência da Itália, uvas e vinhos não podem faltar. A cidade, localizada nas montanhas capixabas e a primeira colonizada por italianos no Brasil, tem cerca de 50 hectares de área dedicados ao cultivo de uva, e é responsável pela produção de mais de 800 toneladas da fruta por ano. Isso tem atraído a curiosidade de muitos turistas e apaixonados por vinho.

Em solo teresense, as variedades mais comuns são as que encontramos nos supermercados para consumo in natura, como a Niágara e a Isabel, mas essas não são as únicas existentes por lá. Há também uma boa quantidade de Vitis vinifera (espécie apropriada para elaboração de vinhos finos) nos parreirais do município, e já falamos de alguns rótulos regionais na coluna

Apesar de ainda não existir em Santa Teresa uma rota do vinho mapeada, vinícolas locais recebem os turistas com agendamento prévio. Os passeios incluem desde a colheita de uvas até a degustação de vinhos elaborados na casa, além de belas paisagens.

Por ser uma cidade muito próxima da Capital (a pouco mais de uma hora de carro pela BR 101) é fácil fazer um bate-e-volta para aproveitar em apenas um dia muito do que a região tem a oferecer. Para lhe inspirar, organizei um pequeno roteiro com cinco vinícolas abertas a visitação neste inverno e conto abaixo o que você precisa saber sobre cada passeio. 

  1. 01

    CANTINA MATTIELLO

    A Matiello chama atenção pelas grandes barricas em sua fachada. Após um longo período com a fábrica fechada para visitação, devido à pandemia, a vinícola agora recebe grupos menores, com agendamento. O passeio, que dura 50 minutos, começa na área onde as uvas são descarregadas e depois colocadas em grandes tanques de aço inox. O produtor, Eliton Stinger, explica sobre os processos de elaboração dos vinhos até o momento do envase. Ao final da visita, são servidos alguns vinhos da casa e acontece uma pequena aula de análise sensorial. A cantina é famosa por seus vinhos de mesa e também pelo vinho de jabuticaba, mas surpreendeu em 2020 com o lançamento do seu primeiro vinho fino, elaborado com Sangiovese e Marselan. Segundo Eliton, ainda este ano entrará no mercado um rosé e um espumante da casa, ambos de uvas finas. Rua São Lourenço, 1725. Visitação: sábado e domingo, das 13h às 15h, a R$ 30 por pessoa (inclui uma taça de brinde). (27) 99908-5282.

  2. 02

    CASA DOS ESPUMANTES

    No Circuito Caravaggio fica a Casa dos Espumantes, fundada em 2004 por Sérgio Sperandio, pioneiro no cultivo de uvas na região. A vinícola tem um ambiente familiar e cheio de história. Em volta da casa onde são comercializados os produtos é possível avistar as videiras, plantadas em um terreno montanhoso com variações pluviométricas e solo ácido, ótimo para esse tipo de bebida. São diversas as uvas cultivadas na propriedade, mas as que mais me chamaram a atenção foram a Glera e a Moscato, que originam excelentes espumantes. A produção anual da bebida gira em torno de dez mil garrafas, sendo 70% de espumantes comuns e o restante de espumantes finos. Visitação: de terça a domingo, das 9h às 16h, com entrada gratuita. (27) 99974-3774.

  3. 03

    CANTINA GROTTESCHI

    A cantina que produz o Terre Gialle também está recebendo visitantes em seu vinhedo, que já conta com oito variedades de Vitis viniferas. Ainda não há uma vinícola com estrutura no local, mas é possível conhecer todo o processo de plantio. As vinhas, no sistema espaldeira, são cobertas por telas de proteção contra bichos, pássaros e insetos. O produtor Levi Loretti conduz a visita e ensina como colher uva direto do pé. O melhor período para ver o parreiral carregado é entre julho e agosto, por conta da colheita de inverno realizada na região. O lugar é lindo para fotos e as uvas são incrivelmente doces e deliciosas. A plantação fica no Vale do Tabocas. Visitação: R$ 10 por pessoa, com agendamento prévio diretamente com Levi no (27) 99644-1934.

  4. 04

    VINÍCOLA TABOCAS

    Também situada em Tabocas, a vinícola tem como rótulo mais famoso o Tabocas, elaborado 100% com Cabernet Sauvignon e já vendido em todo o Brasil. Para se ter uma ideia, recentemente encontrei um exemplar da safra 2018 desse vinho vendido a R$ 440 em um site de vinhos. O produtor, Vinícius Corbellini, também cultiva outras uvas e vem realizando experiências para vinificar outras cepas - a Alvarinho e a Malbec têm se adaptado bem ao terroir. Hoje o Tabocas é vinificado no próprio local de plantio. Além de uma estrutura de tanques, Corbellini também investiu em outros estilos de barricas de madeira, como jequitibá rosa. Visitação: de segunda a sexta, a R$ 15 por pessoa (inclui degustação), com agendamento prévio pelo (27) 99742-7244. 

  5. 05

    VINÍCOLA ZIVIANI

    Para fechar a passagem por Tabocas, a Vinícola Ziviani também não pode faltar no passeio. Seu Zózimo, o produtor, gosta de contar que seu bisavô chegou de navio da Itália e trouxe de lá uma mudinha de uva para plantar em Santa Teresa. O vinho Ziviani é famoso na região e é o verdadeiro vinho colonial, também chamado de vinho de mesa, feito com as uvas Vitis americanas. Na propriedade, há diversos tipos de uvas plantadas e todas podem ser degustadas no parreiral. A melhor época para visitar é agora, no mês de julho, ou em dezembro, na última colheita do ano. Os vinhos na maioria são suaves, com adição de açúcar no processo. Visitação: a loja funciona durante todo o fim de semana, mas para conhecer o vinhedo é preciso agendar a visita pelo (27) 99974-0850. Quanto: R$ 5 por pessoa. 

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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