E juiz de Direito aposentado e escritor

Moradia é tão importante quanto o avanço de programas de habitação

O financiamento do governo para acesso à casa própria merece aplausos e deve ser aperfeiçoado

Publicado em 20/08/2019 às 14h31
Atualizado em 25/08/2019 às 10h05
Imóveis do programa Minha Casa Minha Vida. Crédito: Arquivo/AG
Imóveis do programa Minha Casa Minha Vida. Crédito: Arquivo/AG

Hoje, 21 de agosto, é o “Dia Nacional da Habitação”. É irrelevante saber quem ou que governo criou a data. A importância deste dia comemorativo suplanta governos.

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A data deve nos levar a refletir sobre a importância de ter uma casa e sobre o sofrimento das pessoas que não conseguem exercer um de seus direitos básicos: o de ter um lugar para reclinar a cabeça quando a noite chega.

Os governantes são muitas vezes surdos aos clamores da multidão. É cômodo fechar os ouvidos.

Os poetas, os compositores e os artistas têm sensibilidade e o coração aberto para sentir o sofrimento do próximo.

Dorival Caymmi percebeu e traduziu em melodia imortal a angústia do desabrigado – ”Eu não tenho onde morar. É por isso que eu moro na areia”. Sempre é oportuno relembrar a poesia de Caymmi.

A casa, o lar, integra os fundamentos da fé cristã e de outras religiões. A casa, o lar, está na Bíblia.

Confira-se em Paulo - conselho dado a Timóteo, advertindo-o sobre a importância do abrigo para todas as pessoas.

Em artigo recente publicado nesta coluna, exaltamos o trabalho de Dom Hélder Câmara, que construiu centenas de casas para famílias pobres.

Com muita Justiça, ele será proclamado santo para que sirva de exemplo para bispos, padres, pastores, religiosos espíritas e pessoas que amam o próximo sem filiar-se a qualquer religião. O lar é uma escola de fé e humanismo.

Grande parte da população de baixa renda fica à margem do mercado imobiliário legal e não tem outra alternativa senão buscar formas irregulares de habitação ou ocupação do solo, como os loteamentos clandestinos.

Existem também domicílios particulares improvisados, ou seja, localizados em unidade não-residencial (loja, fábrica etc.) que não tinham dependências destinadas exclusivamente à moradia, mas que são ocupados por morador.

Isso inclui também os prédios em construção, vagões de trem, carroças, tendas, barracas, grutas etc.

No desespero por um “teto”, inúmeras pessoas arriscam-se, diariamente, ao fixarem residência em encostas de morros, à beira de lagos e represas e em outros locais igualmente perigosos.

Surgiu no Chile, por iniciativa de jovens, com apoio do padre jesuíta Felipe Berríos, a organização “Um teto para meu país”. Proporcionou habitação para milhares de famílias.

O exemplo chileno teve seguidores no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

O financiamento governamental para acesso à casa própria merece aplausos e deve ser aperfeiçoado.

O programa “Minha Casa Minha Vida” está acima de partidos e pessoas. Deve ser aprimorado e prosseguir.

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