Análises semanais do setor de imóveis com especialistas da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-ES), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-ES) e Sindicato Patronal de Condomínios (Sipces)

Como enfrentar os desafios do setor condominial

Segurança, inadimplência, moradores problemáticos, entre outros pontos, são algumas das questões que precisam ser administradas em um condomínio

Vitória
Publicado em 22/05/2023 às 01h59
O Sipces mantém um cronograma anual de palestras e cursos voltados ao segmento de condomínios
O Sipces mantém um cronograma anual de palestras e cursos voltados ao segmento de condomínios. Crédito: Shutterstock

*Gedaias Freire

Indiscutível que se fôssemos listar os principais desafios vivenciados pelas administrações condominiais, teríamos alguns destes itens ou problemas:

Segurança; moradores problemáticos; barulhos; inadimplência; gestão de pessoas; obras de conservação e manutenção; transparência da gestão; mediação de conflitos e conhecimento de leis e regras por parte dos atores envolvidos (síndico, membros do conselho e moradores, dentre outros).

Para enfrentar esses e outros desafios é preciso inovação, capacitação e treinamento contínuo do síndico, da equipe, dos moradores e dos prestadores de serviços, conforme a demanda exigida de cada um destes.

O Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces) mantém um cronograma anual de palestras e cursos voltados ao nosso segmento (condomínios e empresas administradoras), site atualizado com informações indispensáveis ao dia a dia, ou seja, disponibilizamos conhecimento.

Vamos, todavia, abordar novos desafios, que estão no calor do momento ou já estavam no radar e, como sempre, vamos adiando discussão e implementação, e aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, queremos resolver tudo de uma vez. Vamos convir, não dá. Abaixo, compartilho situações que os condomínios também devem se preocupar.

1º) Mobilidade urbana

A princípio pode o síndico imaginar o que ele ou o condomínio tem a ver com mobilidade urbana, que em síntese, trata do deslocamento de pessoas e bens pela cidade, exigindo do poder público soluções para amenizar o congestionamento, dinamizando fluxo e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos.

A mobilidade sustentável (vale ler o artigo publicado pela Raízen - https://www.raizen.com.br/blog/mobilidade-urbana-sustentavel) não é futuro, mas já está presente. Precisamos enfrentar algumas demandas – atender os condôminos com veículos elétricos – que exigem estações de recarga.

Os condomínios não devem criar entraves aos condôminos proprietários de veículos elétricos, mas contribuir com soluções e alternativas na instalação das estações de recarga individual ou mesmo coletiva, caso a demanda seja considerável.

Não há ainda uma legislação nacional que se aplique a todos, mas em São Paulo desde 2020 está regulamentada esta questão para os novos empreendimentos, estabelecendo a obrigatoriedade da previsão de solução para recarga de veículos elétricos em edifícios (condomínios) residenciais e comerciais no município de São Paulo. A solução adotada deve prever:

I - modo de recarga do veículo elétrico conforme normas técnicas brasileiras;

II - medição individualizada e cobrança da energia consumida, conforme procedimentos vigentes das concessionárias.

Pela nossa cidade já estamos visualizando estações de carregamento, é possível deslocar-se utilizando ônibus elétrico do sistema Transcol, órgãos públicos e empresas privadas estão ampliando sua frota com os carros não poluentes. Em breve não será novidade. Viva a mobilidade urbana e a sustentabilidade.

2º) Sustentabilidade

Apesar dos vários tipos de sustentabilidade (ambiental e ecológica; empresarial; social e econômica), todas refletem a importância do desenvolvimento sustentável.

A sustentabilidade reflete ou impacta na melhoria da qualidade de vida da população e pode demandar ações simples por parte dos condomínios. Apenas para começo de conversa: separação do lixo seco e úmido; coleta de água da chuva e de aparelhos de ar-condicionado, para limpezas de áreas comuns ou regar áreas verdes; coleta de óleo de cozinha usado; coleta de pilhas e baterias; instalação de sensores de presença; implantação de medidores individualizados de água; educação ambiental dos moradores, etc.

Mas a novidade (que não é) e que tem provocado muito burburinho e oportunidades de negócios é a energia solar, já ocupando a 2ª posição (+ de 11%) na matriz energética do Brasil, liderada pela energia hídrica (51%).

Os condomínios estão no calor deste negócio, podendo implantar suas usinas (placas fotovoltaicas) ou comprar energia limpa de outro produtor, reduzindo a conta de energia elétrica (hídrica), investindo em sustentabilidade ambiental, econômica e social.

As oportunidades estão presentes. Síndicos e administradoras de condomínios, vamos discutir este assunto nas assembleias. Há oportunidades e negócios. Não esperem, façam acontecer.

*Gedaias Freire é presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces)

Gedaias Freire é presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces)
Gedaias Freire: "A sustentabilidade reflete ou impacta na melhoria da qualidade de vida da população e pode demandar ações simples por parte dos condomínios". Crédito: Arquivo Pessoal

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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