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Coronel Caus é mantido no comando da PM do ES mesmo após mudança em lei

Com alteração nas regras de aposentadoria dos militares estaduais, diversos coronéis vão sair de cena e outros vão surgir. Esses seriam eventuais substitutos do comandante-geral. Mas Casagrande decidiu deixar tudo como está

Vitória
Publicado em 28/02/2023 às 17h32
Posse do Governador Renato Casagrande e do Vice-Governador Ricardo Ferraço, na Ales
Coronel Douglas Caus, comandante-geral da PMES. Crédito: Fernando Madeira

A mudança nas regras de aposentadoria dos policiais e bombeiros militares foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo na segunda-feira (27) e sancionada pelo governador Renato Casagrande (PSB) nesta terça (28). A lei complementar foi proposta pelo próprio Executivo estadual. 

Como consequência da alteração na legislação, quase toda a cúpula da Polícia Militar vai sair de cena, passando à reserva remunerada.

Entre os coronéis que vão deixar a ativa, estão 14 que assinaram cartas com reivindicações e reclamações. Uma das missivas, inclusive, passou por cima do comandante-geral, coronel Douglas Caus, e foi enviada diretamente ao secretário estadual de Segurança Pública, o também coronel Alexandre Ramalho.

Como a coluna mostrou em dezembro, se o governador Renato Casagrande (PSB) quisesse trocar o comandante, teria que escolher um dos coronéis que expuseram o governo nas cartas. Politicamente, seria inadequado.

Com a iminente aposentadoria de boa parte do Alto Comando e a ascensão de patente de tenentes-coronéis, o governador teria mais opções.

Caus, mesmo antes da mudança na lei, já poderia ter ido para a reserva, tem tempo de contribuição suficiente. Ele segue na ativa apenas por ser o comandante. 

Nesta terça-feira (28), em entrevista coletiva após a divulgação do planejamento estratégico do governo, Casagrande afirmou que o coronel vai permanecer à frente da tropa:

Renato Casagrande (PSB)

Governador do Espírito Santo

"O coronel Caus tem tempo de aposentadoria há bastante tempo, mas ele continua à frente do comando "

"(O coronel) Cerqueira (continua) à frente dos Bombeiros e (José Darcy) Arruda à frente da Polícia Civil e (Alexandre) Ramalho à frente da Segurança Pública. Se eu não falar de um vai dar problema (risos)", emendou o governador.

Douglas Caus é o mais longevo comandante-geral da PM do Espírito Santo desde a redemocratização (a partir de 1985). Está há dois anos e dez meses no cargo.

Nos bastidores, o coronel manifestou o desejo de seguir no comando-geral após a reeleição de Casagrande. Com o início do novo mandato, em janeiro, havia a dúvida sobre quem seria o titular da Secretaria de Segurança Pública.

Ramalho, que ocupava o posto até março de 2022, foi candidato a deputado federal pelo Podemos em outubro, mas não se elegeu. Convidado a retornar ao primeiro escalão do governo, aceitou a missão.

Aí pairou a incerteza sobre o comando da PM, uma vez que o secretário e Caus, apesar de terem se formado na mesma turma do Curso de Formação de Oficiais, em 1991, não são muito próximos.

O governador Renato Casagrande, ao centro. Na ponta, o coronel Douglas Caus. O grupo mostra a lei de aposentadoria dos militares estaduais já sancionada
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Cerqueira, o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Ramalho, o governador Renato Casagrande, o secretário de Planejamento, Álvaro Duboc, e o comandante-geral da PM, coronel Caus. O grupo mostra a lei de aposentadoria de militares já sancionada. Crédito: Twitter/@Casagrande_ES

O coronel Douglas Caus, entretanto, foi mantido até agora e, mesmo com os novos coronéis a surgir, como já sublinhado, não vai perder o cargo.

Defensores da permanência do comandante já haviam elencado à coluna melhorias entregues à corporação no período em que ele esteve e está à frente da tropa, como novas viaturas, investimento em tecnologia e até instalação de ar condicionado nos quartéis.

Sob Ramalho e Caus, a taxa de homicídios no estado sofreu queda. Aliás, isso se manteve em 2022, ano em que, na maioria dos meses, o secretário estava fora do posto, ocupado, no período, pelo coronel Marcio Celante.

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