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Helder Salomão admite que pode disputar governo ou Senado em 2022

"Posso, sim. Claro que posso", afirma deputado petista sobre concorrer em 2022. No momento, prioridade dele é chegar à presidência estadual do PT

Publicado em 09/08/2019 às 17h36
Atualizado em 11/12/2019 às 05h40

O deputado federal Helder Salomão (PT) no momento não comenta a eleição de 2020, mas admite algo muito comentado nos bastidores: pode lançar candidatura majoritária na de 2022 (governador, vice-governador ou senador).

“Posso, sim, claro, ser candidato majoritário em 2022. Claro que eu posso. Mas essa não é uma decisão pessoal. Depende de muita análise, de avaliação do que é melhor para o partido, da conjuntura política de 2022, que com certeza será muito diferente da atual."

“MAIOR LÍDER HOJE SOU EU"

“Há um certo consenso de que, hoje, eu tenho um nome mais consolidado e sou a maior liderança eleitoral do PT no Espírito Santo. O resultado das urnas em 2018 mostrou isso. Mas isso é momentâneo. Podemos chegar em 2022 e avaliar, por exemplo, que é o momento de lançar um líder novo”, diz Helder.

LÍDER DO PT EM CARIACICA

Do presidente do PT em Cariacica, o vereador André Lopes: “A candidatura de Helder a prefeito é um anseio do partido e da sociedade. Mas Helder tem predisposição de encabeçar uma chapa majoritária estadual do PT em 2022, a governador ou senador. Ele coloca que não será prefeito de dois anos”. Em 2022, para entrar na disputa majoritária, prefeitos deverão deixar o cargo.

“BUSCAR ALGO MAIOR”

Do presidente do PSB em Cariacica, Luiz Carlos Índio: “Helder seria, neste momento, prefeito eleito do município. Mas entendo que ele deve terminar o mandato dele na Câmara e, lá na frente, buscar algo maior para ele. Acho que ele quer contribuir com a renovação política no município em 2020”.

HELDER QUER QUEBRAR HEGEMONIA DE COSER NO PT-ES

Com discretas críticas aos rumos dados ao PT por João Coser, Helder Salomão é o principal desafiante do grupo do ex-prefeito de Vitória na eleição do diretório estadual que comandará o partido no Espírito Santo pelos próximos quatro anos. Atual presidente estadual, Coser apoia a candidatura de Jackeline Rocha no congresso de 19 e 20 de outubro – numa união de forças das respectivas correntes internas: a Alternativa Socialista e a CNB.

A chapa de Helder representa uma nova tentativa do mesmo agrupamento de petistas de tomar o controle da direção estadual das mãos de Coser e de seus aliados, após a derrota de Givaldo Vieira para Coser na eleição interna de 2017.

O nome da chapa de Helder é o mesmo daquela de Givaldo dois anos atrás: “Para voltar a sonhar”. Os aliados também são os mesmos, representando as mesmas correntes internas. Estão lá a deputada Iriny Lopes (Articulação de Esquerda), o ex-subsecretário nacional de Direitos Humanos Perly Cipriano (CNB-Depar), a corrente Democracia Socialista. O que muda é o candidato à presidência do diretório estadual: sai Givaldo Vieira (agora no PCdoB), entra Helder Salomão.

Dizendo-se muito confiante na vitória, Helder rejeita o conceito de “chapa de oposição”, mas demarca diferenças em relação ao grupo que comanda o PT no Estado nos últimos anos, o qual apoia Jackeline no processo.

“Não somos oposição. A nossa chapa convive internamente com todas as forças políticas, mas obviamente não somos do mesmo grupo político que comanda o Estado hoje. Respeitamos as diferenças internas, mas neste momento estamos articulados em outro grupo político. Convivemos de maneira democrática, mas temos diferenças.”

Que diferenças são essas? Aí é que vêm as críticas. Para Helder, os anos de Coser e sua corrente na direção estadual tiraram do PT o protagonismo nas discussões e decisões políticas no Estado e afastaram a cúpula das bases.

“Desejamos disputar as eleições para colocar o partido de volta ao centro dos debates da política capixaba. O PT precisa retomar o protagonismo no Espírito Santo. Isso só pode ser feito com processo permanente de formação da militância e debate permanente com os movimentos sociais. A militância do partido no Estado tem muita esperança de que nós recoloquemos o PT numa trajetória de mais protagonismo, e é isso que defenderemos.”

Para Helder, o partido, sob Coser, parou de trabalhar na formação de novos quadros e ficou centralizado na Grande Vitória. “Os processos de formação de quadros e novas lideranças são esporádicos. O interior também não tem recebido a atenção devida. Isso ficou a desejar nos últimos anos. A grande diferença é que, se eu for eleito, vamos apostar muito no diálogo com nossos filiados e na formação política.”

Em 2017, repetimos, com os mesmos aliados (inclusive o próprio Helder), Givaldo perdeu para Coser. O que faz Helder pensar que a história agora será diferente? Ele responde que o apoio da base a esse movimento agora é maior na Grande Vitória e no interior, graças à atuação parlamentar dele e de Iriny, os dois únicos deputados eleitos pelo PT-ES em 2018.

Se Helder ganhar, é ele quem conduzirá alianças e candidaturas do PT em 2020.

 

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