Historicamente uma pasta prestigiada e que ao longo dos últimos anos abrigou nomes de destaque, a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes) vive agora um vácuo de liderança. Há dez dias o órgão está sem um secretário efetivo, e encontrar um gestor para preencher a vaga não está sendo fácil.
Desde a saída do engenheiro Heber Resende – que assumiu a ES Gás –, o governador Renato Casagrande (PSB) vem se articulando e buscando pessoas com o perfil para o cargo, que conforme ele mesmo contou à coluna, deve ser de alguém com o olhar inovador, capaz de fazer uma boa articulação e levar e elevar o Espírito Santo ao conhecimento e ao interesse de outros Estados e investidores.
Acontece que encontrar um nome que reúna esses quesitos técnicos e holísticos virou uma missão. Não exatamente pela falta de profissionais capacitados no Estado ou mesmo fora dele, mas pela ausência de pessoas dispostas a entrarem em uma secretaria que já está com a equipe montada, que tem um orçamento reduzido, que vem sofrendo com a falta de “memória” e de um banco de dados no órgão e, ainda, que perdeu protagonismo para outras pastas, como para o Bandes e para a Fazenda. Fora que o salário bruto de R$ 18.300 é considerado baixo para o nível de exigência da vaga. “Quem tem o perfil para ocupar o cargo, hoje ganha muito mais na iniciativa privada”, comentou uma fonte.
Casagrande tem ouvido gente de fora e de dentro do governo para tentar resolver logo esse problema. Mas, até ontem, não havia sinais de que, nesta semana, ele conseguiria anunciar o titular da Sedes. Ainda mais depois de sua última tacada não ter sido bem sucedida. O governador convidou o sócio da Wine, Rogério Salume, mas o empresário recusou. Por isso, cresce a expectativa por quem será o próximo. A dúvida é se a solução será de um tapa-buraco ou de alguém capaz de resgatar muito do que se perdeu até aqui.
Longo prazo
A Vale anunciou ontem que concluiu a aquisição da Ferrous Resources Limited. Segundo uma fonte do setor ouvida pela coluna, a compra não trará impactos imediatos para o ES. “Mas aumenta a longevidade das fontes de suprimento para as pelotizações do Estado”, observou. A companhia opera minas de minério de ferro localizadas em áreas próximas às operações da Vale em Minas Gerais.
Projeto não vingou
A Ferrous é aquela empresa que já chegou a ter um grande projeto para o Sul capixaba. Havia interesse de investir em um polo com usinas de pelotização, siderurgia e porto em Presidente Kennedy. O empreendimento, anunciado pela 1ª vez em 2008, não foi para frente.

Falando em Vale, ontem, o presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, deu uma declaração de que a Samarco deverá voltar a operar no segundo semestre do ano que vem de forma gradual. A expectativa é de que a retomada aconteça com um terço da capacidade. Mesmo com uma produção inferior, a sinalização é uma excelente notícia. O compasso de espera neste momento é para que o Ibama forneça até o próximo mês uma nova licença para a operação de toda a companhia.
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