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A transformação da arquitetura com a inteligência artificial

Com o avanço da IA, muitos setores foram impactados. Na arquitetura não seria diferente, pois ela afetará a forma como se planeja e constrói edificações e cidades

Vitória
Publicado em 07/12/2023 às 01h58
Atualizado em 07/12/2023 às 01h58
Inteligência artificial na arquitetura
A inteligência artificial está cada vez mais próxima dos projetos arquitetônicos . Crédito: Shutterstock

Heliomar Venancio*

A inteligência artificial (IA) já está entre nós há algum tempo, seja de forma tímida no atendimento a clientes via WhatsApp implantado por algumas empresas, seja de forma mais evoluída em algumas áreas industriais avançadas.

Entretanto, a pergunta no mundo da Arquitetura é “como será que a IA irá impactar no trabalho dos Arquitetos?”.

Estudiosos no assunto profetizam que nos próximos 30 anos os avanços desta tecnologia estarão de forma maciça em nossos cotidianos com o desenvolvimento desta tecnologia que parece se multiplicar a cada dia.

Não deve ser diferente no mundo da Arquitetura, onde afetará a forma como planejamos e construímos as edificações e cidades. Estamos sob a pressão de mudanças climáticas e a necessidade de criar soluções para milhões de moradias para a população crescente de nosso planeta, e neste contexto se a inteligência artificial for usada com sabedoria, será um grande aliado para os Arquitetos e a humanidade.

Para tentarmos chegar a uma conclusão com este texto, é importante entender o que é IA, que está ligada à grande e intrigante capacidade de um sistema ser abastecido por informações sobre um determinado assunto, e “descobrindo” significados e entendimento do que foi digitado ou falado, através de algoritmos gerar uma imagem ou um texto para quem solicitou as informações.

Assim, um profissional pode abastecer a máquina com uma informação como “...pessoa sentada em uma confortável poltrona vermelha com parede ao fundo pintada em cinza”, e pronto. O computador gera uma imagem conforme descrito, e a partir dessa imagem gerada, o arquiteto iniciaria o seu trabalho estético e funcional daquele trabalho, que poderia ser uma simples troca de cores, ou troca do modelo da poltrona, ou mesmo acrescentar outros elementos ao conjunto, sendo um infinito de possibilidades para seu trabalho.

Na década de 1990 os programas de desenho nos computadores entraram com muita velocidade na Arquitetura e construção, mudando o modo de trabalho dos arquitetos mundo afora. E este debate atual de IA já começava de uma outra forma na época. O que se dizia nessa altura era de que com o aperto de alguns botões no teclado, o desenho ficaria pronto. 

Entretanto, não foi o que ocorreu 30 anos depois. Os programas de computadores se tornaram uma ferramenta poderosa nas mãos dos arquitetos, mas não substituíram a criatividade e a estética funcional dos profissionais.

A nova tecnologia já tem oferecido inúmeros benefícios aos profissionais, como melhor estudo do perfil do cliente através dos dados fornecidos ao computador, análise detalhada do sítio de trabalho do projeto com suas legislações e carta solar, minimização de erros construtivos baseados em modelagem de instalações e materiais. Ou seja, o programa faz a análise de dados em grande escala, além da automação de tarefas e demais ações de trabalhos construtivos.

A inteligência artificial está apenas em seu começo. A população em geral já tem usado ou participado de seu uso em pequena escala. Segundo Bill Gates, cofundador da Microsoft, “a IA é apenas a última novidade no mundo da tecnologia, algo que nos permitirá produzir muito mais com muito menos”.

Agora uma nova revolução se aproxima, e junto com ela, com um novo debate. Mas o controle da IA, ao que parece, está nas mãos do operador e não da máquina.

*Heliomar Venancio é Mestre em Arquitetura e presidente do Conselho de Arquitetura do ES.

Heliomar Venancio
Heliomar Venancio: "Nos próximos 30 anos os avanços da IA estarão de forma maciça em nossos cotidianos". Crédito: Divulgação

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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