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Espírito Santo se destaca na abertura de lojas no primeiro semestre

O saldo capixaba é de 176 estabelecimentos criados no período, o equivalente a 5,2% do total no Brasil. A Confederação Nacional do Comércio prevê que serão inauguradas por dia, em todo o país, cerca de 30 lojas

Publicado em 07/10/2019 às 05h00
Atualizado em 07/10/2019 às 05h01
Lojas em shopping. Crédito: Divulgação
Lojas em shopping. Crédito: Divulgação

O Brasil fechou o primeiro semestre de 2019 com o saldo de 3.328 lojas geradoras de postos de trabalho (portanto, sem contar os microempreendedores individuais que trabalham sozinhos).

E o Espírito Santo se destacou. O saldo capixaba é de 176 estabelecimentos. Equivale a 5,2% do total. Muita coisa para uma economia que responde por 1,9% do PIB nacional. Nosso Estado está na sétima posição no ranking de abertura de comércio formal. Em primeiro lugar, São Paulo (1.134 lojas); em segundo, Paraná (713); terceiro, Mato Grosso (576); quarto, Santa Catarina (554); quinto, Minas Gerais (524); e, sexto, Rio Grande do Sul (466), de acordo com Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Todos os Estados receberam lojas que, fugindo das balas, migraram do Rio de Janeiro, que acumulou saldo negativo (-110 lojas).

O varejo está sendo o principal motor do crescimento - muito tímido, diga-se - do Espírito Santo em 2019. Alta do PIB estadual é de apenas 0,2% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves. Já de acordo com o Banco Central, no mês de julho a atividade econômica capixaba recuou 0,52%. Para a economia, o ano está chocho.

Neste contexto, o varejo ampliado (que inclui vendas de veículos, peças e material da construção) acumula no Espírito Santo alta de 7,4% no ano. No mesmo período, o volume de serviços no Estado diminuiu 1,6%, enquanto o faturamento e a produção da indústria caíram em torno de 12%. No setor rural o resultado está saindo mais fraco do que o esperado. A grande vedete de sempre, o café, está com preço deprimido. Por isso, a safra colhida no Espírito Santo neste ano, apesar de volumosa, tem o valor R$ 860 milhões inferior ao da colheita no ano passado (quando os preços também já estavam baixos). As consequências, inevitavelmente ruins, afetam o comércio e o emprego em mais de 60 municípios capixabas, atingindo a arrecadação das prefeituras.

Emprego

Dados do Caged mostram que o Espírito Santo acumula saldo 15.221 empregos formais de janeiro a agosto. Não parece pouco, mas é. Significa aumento de apenas 2,1% no número das vagas existentes em dezembro de 2018. O crescimento das contratações é lento, emperrando o consumo e o PIB. Em termos de país, está mais devagar ainda: ampliação de apenas 1,5% - ritmo coerente com a projeção de um pibinho de 0,8% em 2019, o menor em três anos.

Apesar deste cenário, a Confederação Nacional do Comércio prevê que até o final deste ano serão inauguradas por dia, em todo o país, cerca de 30 lojas com ao menos um empregado com carteira assinada. Parece uma aposta surpreendente. A reforma da Previdência está quase aprovada, mas a economia anda de lado, o desemprego permanece alto e a confiança é tímida, tanto por parte dos investidores quanto dos consumidores. Ninguém abre empresa só porque o FGTS foi liberado. Cerca de 50% desse dinheiro é para pagar dívidas. Os outros 50% acabam rápido. Talvez, a crença de que 2020 será melhor motive a abertura de negócios. Porém, se confirmadas as 30 lojas/dia, a expansão deste ano será menor do que em 2018, quando o saldo de lojas totalizou 11,7 mil.

O Brasil assistiu o fechamento de 223 mil lojas de varejo durante a crise que se estendeu do primeiro semestre de 2015 ao primeiro semestre de 2017. Se, de fato, forem abertas 30 lojas por dia até o final de 2019 serão recuperados apenas 10% do total desaparecido.

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