
A Selic, que recuou de 6% para 5,5%, desde ontem, descerá ao patamar de 5% no fim do ano, conforme prevê o Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). É gente que entende.
> Por que os juros baixos têm impactos na sua vida? Entenda
Esse quadro significa que nunca na história uma recuperação econômica foi tão ajudada, como agora, pela política monetária. Palmas para o Banco Central. Isso ocorre em função da inflação civilizada. Palmas, de novo. A expectativa é de que no encerramento de 2019 o IPCA fique em 3,5%, bem abaixo da meta que é de 4,25%. Nem a volatilidade do dólar tem engordado a inflação.
> Entidades dizem que redução da Selic foi decisão acertada
O Brasil hoje tem mais facilidade para crescer do que no mesmo período do ano passado. Vai começar 2020 com melhores perspectivas de que iniciou 2019 – embora na época estivesse sonhando com expansão de até 3% do PIB. Só sonho. E não imaginava que o capitão presidente é uma fábrica de encrencas - o que atrapalha a economia, inibindo investimentos.
A realidade está posta: não dá mais para o Brasil salvar o resultado de 2019. A mediana das previsões aponta um pibinho em torno de 0,8%, o mais baixo em três anos. Bons fatos estão chegando na contagem regressiva do ano, para gerar benefícios no próximo. É o caso da reforma da Previdência e da queda do juro básico, cujo efeito não é de imediato. Nunca foi, porque os bancos, com operações concentradas em alguns gigantes, seguram.
Também a reforma tributária prometida para este ano, e ainda em fase preliminar de discussão, está fazendo muita falta para melhorar a produtividade das empresas e impulsionar o ambiente econômico. Se for deixada para o próximo ano, corre o risco de ser contaminada pelo embate eleitoral.
O Espírito Santo retoma a tradição de crescer mais do que a média nacional. Tem cacife. O avanço de 2,5% do PIB estadual, no segundo trimestre comparado ao primeiro, mostra uma dinâmica importante em andamento.
O sinal de atenção diz respeito ao comércio internacional, em processo de desaceleração desde 2018, e agora intensificado por tensões geopolíticas.
> ES precisará de três anos para retomar o nível de emprego pré-crise
Atividades exportadoras são as maiores responsáveis pela queda 12,2% acumulada neste ano na produção da indústria capixaba. Na celulose, -31,1%; mineração e petróleo, -18,2%. E não são tão claras as condições futuras do mercado mundial para essas commodities.