Bastidores e informações exclusivas e relevantes sobre os negócios e a economia do Espírito Santo

"Foi algo inesperado", diz presidente da Findes sobre aumento de ICMS

Na avaliação de Cris Samorini, o Congresso Nacional, que ainda debate a reforma tributária, deveria mudar o texto e pacificar a guerra entre os estados

Publicado em 23/11/2023 às 18h17
A presidente da Findes, Cris Samorini, em evento de comemoração aos 65 anos da Findes
A presidente da Findes, Cris Samorini, em evento de comemoração aos 65 anos da Findes. Crédito: Ricardo Medeiros

Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), classificou como "inesperados" os aumentos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que vêm sendo anunciados pelos estados e que também será colocado em prática no Espírito Santo - claro, se a Assembleia Legislativa aprovar o projeto de lei que será encaminhado pelo Executivo nos próximos dias. Por aqui, alíquota padrão do tributo irá de 17% para 19,5%. 

"É algo, diria, inesperado. A reforma tributária foi muito defendida pelo setor produtivo, foi muito apoiada pela indústria com o objetivo de reduzir os custos de produção. Quando vemos um aumento generalizado de ICMS sob o argumento de que se trata de um impacto da reforma, só posso lamentar e dizer que não esperávamos por isso".

Na avaliação da empresária, isso deveria ser sanado dentro do Congresso Nacional. O projeto, já aprovado por Câmara e Senado, ainda pode ser alterado pelos deputados federais. "O texto aprovado não pode dar margem para esse tipo de situação. O Congresso deveria mudar o texto e resolver essa onda de aumento de impostos". Samorini refere-se ao trecho que diz que a divisão do novo imposto que caberá a estados e municípios, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que passa a valer em 2029, será definido tomando por base o que será arrecadado, de ICMS, entre 2024 e 2028. Ou seja, quem ampliar a sua proporção agora, ganhará mais lá na frente. De olho na brecha, estados vêm aumentando suas cargas de ICMS nos últimos meses. O Espírito Santo, com medo de ser diluído no bolo, fará o mesmo movimento.

"O contexto é bastante complexo, reconheço que colocou o governo do Estado em uma situação ingrata. Subir imposto agora ou perder arrecadação lá na frente. De fato é complicado, por isso a solução deveria vir de cima (do Congresso). O que esperamos, agora, é que esse recurso que entrará a mais nos cofres do Estado seja destinado integralmente para investimentos que elevem a competitividade do Espírito Santo: infraestrutura, ciência, tecnologia, formação de pessoas, enfim, isso não pode ir para o custeio da máquina. Tem de ser algo que nos ajude a sermos mais competitivos lá na frente, em 2032, quando os incentivos fiscais deixarão de existir", cobrou a dirigente.  

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.