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Fator China: ArcelorMittal corta produção em Tubarão, no ES

A siderurgia mundial enfrenta dificuldades por conta da baixa demanda chinesa. Além de não comprar aço, a China está mandando para fora um produto a valores bem baixos

Publicado em 03/10/2023 às 17h47
 ArcelorMIttal Tubarão investe em inteligência artificial
Produção de aço na ArcelorMittal Tubarão. Crédito: Fernando Madeira

A ArcelorMittal estima que produzirá 1,3 milhão de toneladas de aço a menos, em 2023, no Brasil. A conta leva em consideração todas as unidades do conglomerado no país, que, em 2022, fabricaram 12,7 milhões de toneladas de planos e longos. No Espírito Santo, onde possui a sua maior unidade, em Tubarão, Vitória, o corte, no quarto trimestre, se aproximará de 20% nas chapas de aço e de 10% na laminação. A produção anual de chapas aqui no Estado é de 7,5 milhões de toneladas. Apesar da diminuição, os três fornos seguem ligados, mas, dependendo do desenrolar do cenário, isso pode mudar.

A companhia confirmou a redução de 1,3 milhão de toneladas no país "por conta do cenário atual de importações. Apesar do cenário desafiador, a ArcelorMittal informa que mantém os investimentos anunciados para as suas operações no Brasil". A empresa trabalha em cima de um plano de expansão com impactos também no Espírito Santo. A expectativa é da instalação de um laminador de tiras a frio em Tubarão nos próximos anos. A decisão de investimento está prevista para o ano que vem.

O setor siderúrgico do Brasil, assim como o de outros países, está enfrentando dificuldades por conta da baixa demanda chinesa. Além de não comprar aço, a China está mandando para fora um produto a valores bem baixos. Levantamento feito pelo Instituto Aço Brasil mostra que as importações diretas e indiretas de aço equivalem, hoje, a 29% da produção brasileira, sendo que metade desse volume tem como origem a China.

"Muitos países já estabeleceram ou aumentaram suas medidas de defesa comercial. No Brasil, por exemplo, as barreiras atuais não são capazes de se contraporem às políticas de subsídio da China, onde as siderúrgicas operam com margens negativas. E, somando a isso o Custo Brasil, chegamos ao recorde histórico de aço importado em agosto. União Europeia, Inglaterra, Estados Unidos, México, todos os importantes produtores, aumentaram a alíquota de importação do aço da China para 25%. Fizeram isso porque consideram a indústria do aço estratégica e importante para o desenvolvimento da economia e da sociedade", ponderou a ArcelorMittal em nota.  

De acordo com o Aço Brasil, no acumulado de janeiro a agosto de 2023, as importações de aço cresceram 49,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, impactando diretamente os níveis de competitividade e de emprego da indústria brasileira. "Este quadro se agrava ainda mais com a redução das exportações de aço brasileiro, que não conseguem competir com as condições predatórias de comércio que estão sendo praticadas pela China", alerta a instituição.

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