Jornalista de A Gazeta desde 2008 e colunista de Política desde 2015. Publica aqui, diariamente, informações e análises sobre os bastidores do poder no Espírito Santo

A simbiose política entre Luciano Huck e Paulo Hartung

Hartung pega emprestado o carisma e a projeção nacional de Huck junto às massas; Huck pega carona na capacidade técnica e no prestígio de Hartung junto ao mercado, empresários, economistas e boa parte da classe política

Publicado em 18/08/2019 às 15h52
Atualizado em 24/08/2019 às 22h51
Coluna Vitor Vogas - 19-08-2019. Crédito: Amarildo
Coluna Vitor Vogas - 19-08-2019. Crédito: Amarildo

Luciano Huck está se preparando e se qualificando para entrar na política. Agora ele tem com sobras o que lhe faltava em 2018: tempo para se preparar.

No ano passado, o lançamento de uma candidatura à Presidência decidida a poucos meses da eleição, sem um projeto maduro e o devido treinamento prévio, poderia ter sido uma aventura precipitada. E a falta desse tempo necessário de preparação e maturação com certeza pesou no recuo do apresentador. Huck tinha plena consciência de que não estava pronto. No discurso feito em Vila Velha, ao lado de Paulo Hartung, na quarta-feira passada, ele mesmo indicou isso.

Agora é diferente. E, assim como Lula sempre fez quando estava sem mandato, mas almejando um (as “caravanas da cidadania”), Huck, a partir de Vila Velha, deve começar a percorrer o país. Agora não só para gravar os quadros de seu programa de TV, mas também participando de palestras e debates voltados para a mobilização política e para a construção de um “projeto de país”, algo que, sem citar Bolsonaro, ele diz que o Brasil atualmente não possui.

“Projeto de país”, por sinal, foi expressão muito usada por Huck em Vila Velha. Mas as três palavras eram sempre acompanhadas da ressalva: o movimento em que ele está não é político, mas cívico; e não se trata de projeto político, muito menos pessoal.

Além disso, não existe projeto de país como um fim em si mesmo. De que adianta construir a várias mãos um projeto para o país e, na próxima eleição geral, colocá-lo na gaveta? Quem constrói um “projeto de país” o faz, é evidente, para disputá-lo nas urnas.

Huck pode até não ser o candidato que representará esse projeto em 2022, mas é seu rosto mais conhecido e, como tal, será no mínimo o garoto-propaganda da candidatura que venha a nascer daí.

Nesse ínterim, um dos coadjuvantes certos desse filme estrelado por Huck é Paulo Hartung. Em Vila Velha, ficou ainda mais explícita a simbiose desenvolvida entre os dois: Hartung pega emprestado o carisma e a projeção nacional de Huck junto às massas; Huck pega carona na capacidade técnica e no prestígio de Hartung junto ao mercado financeiro, empresários, economistas e boa parte da classe política, ativos que hoje faltam ao apresentador.

Não por acaso, Huck San chamou Hartung de senhor Miyagi, o mestre do “Karatê Kid”, e rasgou elogios à sua capacidade de analisar e antecipar cenários. Huck tem mantido Hartung bem próximo dele por onde vai para falar de política, praticamente como um “seguro”, um avalista, um fiador.

“Não sou técnico de nada”, escusou-se Huck várias vezes em sua fala em Vila Velha. Mas a presença de Hartung ali, dois metros atrás, deixa implícito: “O técnico aqui é ele e, se vocês precisarem de algum aprofundamento, fiquem tranquilos porque ele tá comigo. Se eu precisar, posso perguntar a ele”.

Não só a Hartung, aliás. O RenovaBR tem um time invejável de cerca de 50 professores, um corpo docente que reúne algumas das melhores mentes do país nas mais variadas áreas. Se Huck quiser, pode pegar o celular, ligar para qualquer um deles e tomar suas aulas particulares. Tem três anos pela frente para isso.

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