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Chegou O Que Faltava vai transformar Sambão do Povo em manguezal

Chegou O Que Faltava vai transformar Sambão do Povo em manguezal

Escola da região da Grande Goiabeiras busca o primeiro título no Grupo Especial com desfile que vai celebrar o seu território

Gabriela Maia

Estagiária / greis@redegazeta.com.br

Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 10:58

Confira o desfile da Chegou O Que Faltava no Carnaval de Vitória 2024
A Chegou O Que Faltava em desfile no Carnaval de Vitória em 2024 Crédito: Rodrigo Gavini

Em busca de seu primeiro título, a escola de samba Chegou O Que Faltava entra na disputa dos desfiles no Grupo Especial com o enredo "Da lama sai muito barulho". Buscando valorizar o manguezal e a região de Grande Goiabeiras, a Chegou vai homenagear as paneleiras, o congo, além de recuperar festividades locais que se perderam ao longo do tempo.

A escola rosa, branco e azul entrou na elite do carnaval capixaba em 2023 e, desde então, se manteve no Grupo Especial. Na disputa pelo seu primeiro título, a agremiação está apostando em valorizar o manguezal e contar a história do bairro Goiabeiras em seu aniversário de 50 anos. A diretora de carnaval Lorena De Bona conta que a escolha do tema possibilitou que a agremiação trabalhasse para representar as manifestações culturais presentes na região.

"A gente quis agregar tudo: paneleiras, congo, benzendeiras... existia uma folia aqui no bairro chamada Boi Estrela, que era uma tradição de pessoas que se juntavam atrás de um boi. Nós vamos trazer todos esses elementos para avenida"

Lorena De Bona

Diretora de carnaval da Chegou O Que Faltava

Além disso, o enredo da escola vai homenagear Nanã, um dos orixás mais antigos segundo a mitologia Iorubá e que vai abrir o desfile da agremiação. Associado à lama e ao barro, a crença conta que Nanã teria dado o barro que moldou os homens para oxalá criar a humanidade.

A diretora conta que a escola vai celebrar todo o ecossistema que existe graças ao manguezal. “A gente traz desde o nascimento do mangue, o material que as paneleiras pegam para fazer as panelas de barro, mas não só isso. Falamos da sobrevivência dele (mangue) e da comunidade que nós temos, como as catadeiras, marisqueiras, tudo isso é em volta do mangue." completa.

Com três carros alegóricos, um tripé e 19 alas, a Chegou vai contar com 1500 componentes que vão narrar o enredo escolhido pela escola. Um dos destaques da agremiação é a participação de uma banda de congo e a presença das paneleiras que carregam a tradição de produzir as panelas de barro, considerada patrimônio imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Lorena conta que a escola está buscando se aprimorar cada vez mais para alcançar o objetivo de conquistar a primeira vitória. “Estamos trabalhando seriamente, mudamos algumas coisas referente ao ano passado, observamos os eventos que ocorreram e trabalhamos em cima de esses erros, para não acontecerem de novo esse ano”, relata a diretora. 

"A gente vem para brigar mesmo e não escondemos isso de ninguém. Quem vem depois da gente no desfile vai ter que botar o sarrafo lá em cima"

Lorena De Bona

Diretora de carnaval da Chegou O Que Faltava

Ficha Técnica

  • Escola:  A Associação Cultural Chegou o Que Faltava
  • Fundação: 06/06/1975
  • Comunidade/Território: Grande Goiabeiras
  • Presidente: Rafael Cavalieri
  • Carnavalesco: Vanderson Cesar
  • Direção de Carnaval: Lorena De Bona e Rislany Rosa
  • Coreógrafo da comissão de frente: Rodrigo Carvalho
  • Intérprete: Igor Vianna
  • Diretor Musical: Vinicius Moraes
  • Direção de Casais: Grazzi Ferreira e Rafael Miranda
  • 1° Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Amanda e Kleyson
  • Rainha de Bateria: Thalita Zampirolli
  • Mestres de Bateria: Jorge Borges e Alcino

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