Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 08:43
- Atualizado Data inválida
Voluntários do estudo clínico com a vacina contra a Covid-19 da Oxford/AstraZeneca em São Paulo receberam informação de que, em alguns casos, só saberão se tomaram a vacina ou o controle (placebo) no fim de fevereiro e início de março. >
Sem saber se já estão imunizados, eles não poderão tomar a vacina Coronavac que está sendo oferecida no estado, apesar de muitos serem do grupo prioritário de vacinação e estarem trabalhando na linha de frente.>
Os cerca de 3.000 voluntários do estudo clínico em São Paulo, coordenado pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp, começaram a ser chamados no dia 20 janeiro para saber se receberam a vacina ou se estavam no grupo de controle (que recebeu uma vacina meningocócica, fazendo as vezes de placebo), logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder autorização emergencial ao imunizante.>
Em comunicado, a equipe do estudo afirmou que "num período de dois meses, todos os participantes do grupo controle estarão vacinados".>
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No estudo para avaliação da eficácia da vacina, metade dos voluntários recebe duas doses do imunizante, e, a outra metade, duas doses da vacina meningocócica. Nem os médicos, nem os voluntários sabem quem recebeu o que -por isso diz-se que é um estudo duplo cego.>
Os voluntários só descobrem no momento do chamado "descegamento", ao serem recebidos em consulta no Crie. Quando isso ocorre, os que estavam no grupo de controle recebem a primeira dose vacina.>
Um voluntário conseguiu agendar o "descegamento" só para o fim de fevereiro. Ele vai ter que ficar sem tomar a vacina até lá, apesar de ser médico e estar no grupo prioritário.>
O médico, que não quis se identificar, tinha recebido agendamento inicial só para março. Segundo ele, nesse intervalo, ele terá de ficar exposto à infecção.>
Ele não pode tomar outra vacina como a Coronavac, porque não se sabe a interação entre as duas. Mais do que isso, afirma, seria injusto tomar uma dose em meio à escassez de vacina.>
A expectativa de muitos voluntários era que, quando abrissem o cegamento, as pessoas fossem chamadas e já se fizesse a vacinação na primeira semana ou, no máximo, na segunda. As doses para os voluntários vêm de um lote separado, direto do Reino Unido.>
Segundo a assessoria de imprensa da Unifesp, mais de mil voluntários já foram até o Crie para o "descegamento", e o centro está trabalhando de segunda a segunda, mas não pode ter aglomerações, por conta dos riscos sanitários. O centro está chamando primeiro os integrantes dos grupos prioritários determinados pelo Programa Nacional de Imunização.>
O pediatra aposentado Sylvio Monteiro de Barros, 74, teve sua consulta agendada para a quinta-feira (28) e foi informado de que ele havia sido inoculado com a vacina de Oxford/AstraZeneca. "Não vou sair por aí sem máscara, claro, mas dá um alívio saber que estou vacinado", disse.>
No entanto, alguns dos voluntários que foram chamados para o "descegamento" e descobriram que estavam no grupo controle saíram de lá sem receber a vacina contra Covid. Foram informados de que as doses da Oxford/AstraZeneca estavam presas na alfândega.>
Segundo a assessoria de imprensa da Unifesp, a interrupção durou "um dia e meio, no máximo dois" e se deveu a gerenciamento de estoque, por causa da alta demanda. A assessoria informou que a situação já foi normalizada.>
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