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‘Vídeo confirma interferência na Polícia Federal’, diz Moro

‘Vídeo confirma interferência na Polícia Federal’, diz Moro

"Defendo, respeitosamente, a divulgação do vídeo, preferencialmente na íntegra", afirmou o ex-ministro, em nota

Publicado em 12 de maio de 2020 às 19:47

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Jair Bolsonaro e Sergio Moro
Jair Bolsonaro e Sergio Moro antes do rompimento . ( Carolina Antunes/PR)

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que a gravação da reunião ministerial do dia 22 de abril confirma ações de ‘interferência na Polícia Federal’ por parte do presidente Jair Bolsonaro e que as declarações ditas no vídeo vão ao encontro com fatos que ocorreram dias antes e após a sua demissão.

“O acesso ao vídeo da reunião ministerial do dia 22/4 confirma o conteúdo do meu depoimento em relação à interferência na Polícia Federal, motivo pelo qual deixei o governo. Defendo, respeitosamente, a divulgação do vídeo, preferencialmente na íntegra, para que os fatos sejam brevemente confirmados”, afirmou Moro. “As declarações feitas na reunião foram evidenciadas, também, pelos fatos posteriores: demissão, sem motivo, do Diretor-Geral da PF, troca do Superintendente da PF no RJ, além da minha própria exoneração por não concordar com as mudanças”.

Moro acompanhou a sessão com seus advogados na manhã desta terça (12) em Brasília. Fontes informaram ao Estadão que durante o encontro, Bolsonaro justificou a necessidade de trocar o superintendente da PF no Rio à defesa de seus próprios filhos, alegando que sua família estaria sendo ‘perseguida’. O vídeo foi dito como ‘devastador’ para a defesa do presidente.

RESULTADO DE EXAME PODERIA LEVAR A IMPEACHMENT, DIZ BOLSONARO

Em outro momento, o presidente afirmou que não iria divulgar a "porcaria" de um exame para o novo coronavírus sob o argumento de que isso poderia, eventualmente, levar até mesmo a um processo de impeachment.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-superintendente da corporação no Rio de Janeiro, delegado Ricardo Saadi, afirmou que sua exoneração foi antecipada e sem justificativa clara. Ele disse que havia combinado com o então diretor-geral Maurício Valeixo em permanecer no cargo até o fim do ano passado, mas que deixou o comando em agosto de 2019.

Saadi negou ter recebido solicitações do Planalto por informações de investigações, mas até hoje não foi informado sobre as razões para sua exoneração. Segundo o que Valeixo lhe informou, no dia 15 de agosto, teria ‘havido um pedido de troca de superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro’, mas que ‘não ficou esclarecido’ a ‘origem nem outros detalhes’ envolvendo tal ‘pedido’ de substituição no comando da superintendência fluminense.

“Questionado especificamente se credita sua dispensa a alguma interferência política, afirma que os motivos não lhe foram apresentados para antecipar sua saída em agosto de 2019”, apontou o depoimento.

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