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'Nunca ameacei ninguém', diz Bolsonaro sobre vídeo de reunião com Moro

'Nunca ameacei ninguém', diz Bolsonaro sobre vídeo de reunião com Moro

Ex-ministro Sergio Moro apontou vídeo como prova de que o presidente o pressionou para trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio

Publicado em 11 de maio de 2020 às 21:37

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 O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (11) que entregou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o vídeo da reunião citada por Sergio Moro em seu depoimento à Polícia Federal, na semana passada, para comprovar que "nada deve" e que "não ameaçou ninguém".

Reunião ministerial em que Bolsonaro teria pressionado Moro para interferir na PF no Rio foi filmada
Reunião ministerial em que Bolsonaro teria pressionado Moro para interferir na PF no Rio foi filmada. (Marcos Correa/PR)

As declarações foram dadas no fim da tarde desta segunda, ao chegar ao Palácio da Alvorada. Questionado por jornalistas, o presidente disse que tem "zero preocupação" em relação ao vídeo e que por isso decidiu entregá-lo na íntegra.

O ministro Celso de Mello, do STF, já havia determinado que o vídeo fosse enviado sem edições.

"Pô, você tá de brincadeira comigo, né?", disse o presidente, após ser questionado sobre o que teria dito no vídeo, para depois completar:

"A fita vai ser extraída, tudo o que foi falado no tocante ao ex-ministro Sergio Moro vai ser extraído e vai ser usado no inquérito, tá OK? Eu nunca ofendi ninguém, nunca agredi ninguém, nunca ameacei ninguém", afirmou o presidente.

Bolsonaro completou que preferiu entregar o vídeo para restabelecer a verdade sobre o episódio.

"Eu podia falar 'não tem mais o vídeo'. Não tenho a obrigação de ter o vídeo", disse o presidente. "Mas resolvi não falar [que não teria o vídeo], assumir a verdade acima de tudo", completou.

Bolsonaro disse esperar que as autoridades judiciárias apenas extraiam a parte do vídeo referente à acusação de que pressionou o ex-ministro. O presidente afirmou que a maior parte da reunião foi destinada a discutir temas de política internacional e que sua divulgação poderia causar embaraços.

"Agora é justo expor o que nós falamos sobre política externa, assunto de segurança nacional, tornar público isso aí? Aí não dá, complica a situação", disse o presidente.

SUPERINTENDENTE DA PF NO RIO

O ex-juiz da Lava Jato disse aos investigadores que, na reunião, o presidente teria manifestado o desejo de trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro, o que se concretizou após a saída de Maurício Valeixo da chefia da Polícia Federal.

O ex-ministro acusou, ainda, o presidente de cobrar o acesso a informações de investigações em curso e a relatórios de inteligência, o que não é permitido pela legislação.

Segundo relatos feitos à reportagem, no início do encontro, ministros presentes fizeram críticas tanto ao Supremo quanto ao Congresso. O comentário foi o de que o STF exagerou ao ter aberto, no dia 21, um inquérito para apurar a organização de protesto promovido em Brasília com bandeiras contra a democracia, do qual Bolsonaro participou.

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