Publicado em 7 de maio de 2023 às 14:48
BRASÍLIA, DF - O STF (Supremo Tribunal Federal) formou neste domingo (7) maioria para tornar réus mais 250 denunciados por participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro, o que irá somar 550 pessoas alvos de ação penal em decorrência do episódio.>
Essa é a terceira análise de casos, em um julgamento que se encerra nesta segunda (8). Nas duas primeiras, o tribunal abriu 100 e 200 ações penais, respectivamente, contra acusados de atuar nos atos, entre eles, oito do Espírito Santo.>
O julgamento está sendo realizado no plenário virtual e essa terceira fase teve início com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, favorável à abertura da ação penal contra todos os 250 acusados.>
Acompanharam Moraes até agora os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Rosa Weber e Gilmar Mendes.>
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André Mendonça foi o único até agora a votar contra. Ele e Kassio Nunes Marques, o outro ministro indicado por Jair Bolsonaro (PL), têm sido os únicos a divergir parcial ou totalmente nesses julgamentos.>
Mendonça argumentou em seu voto considerar que o STF não é o tribunal competente para a análise dos feitos, que deveriam correr na primeira instância da Justiça Federal. Além disso, afirmou não ter havido indícios mínimos de que as 250 pessoas praticaram os delitos descritos.>
"Voto pela rejeição das denúncias, eis que não trouxeram indícios mínimos e suficientes da prática dos delitos narrados nas iniciais acusatórias pelas duzentas pessoas aqui denunciadas por estarem no acampamento no dia 9 de janeiro de 2023", escreveu o ministro, em seu voto.>
pessoas foram denunciadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por envolvimento nos ataques
Em manifestações sobre o caso, a PGR afirmou haver conjunto probatório para sustentar a acusação, como imagens, mensagens e testemunhos que revelam que existiu uma situação estável e permanente de uma associação formada por centenas de pessoas para atentar contra as instituições.>
Na terça (9) o STF inicia o julgamento do quarto bloco de denúncias, contra outras 250 pessoas. Essa análise também ocorrerá em sessão virtual, de terça até às 23h59 do dia 15.>
Advogados e defensores públicos alegam, entre outros argumentos, a inépcia das denúncias, afirmando que elas estão desprovidas de seus requisitos elementares, incluindo a descrição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias.>
Em sua decisão, Moraes rebateu essa tese e disse que, em crimes dessa natureza, "a individualização detalhada das condutas encontra barreiras intransponíveis pela própria característica coletiva da conduta".>
Ele afirmou não restarem dúvidas, contudo, que todos contribuíram para o resultado, "eis que se trata de uma ação conjunta, perpetrada por inúmeros agentes, direcionada ao mesmo fim".>
"A inicial acusatória expôs de forma clara e compreensível todos os requisitos exigidos, tendo sido coerente a exposição dos fatos, permitindo ao acusado a compreensão da imputação e, consequentemente, o pleno exercício do seu direito de defesa, como exigido por esta corte", escreveu.>
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