Publicado em 20 de agosto de 2020 às 14:13
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo demitiu nesta quarta-feira (19) uma professora de educação básica da rede estadual que publicou em uma rede social mensagens dizendo que o caso da menina de dez anos estuprada no Espírito Santo "não foi nenhuma violência".>
"Ela já tinha vida sexual há quatro anos com esse homem. Deve ter sido bem paga", afirmou a profissional de educação básica Eliana Nuci de Oliveira em uma postagem. Em outra, ela diz que "crianças se defendem chorando pra mãe, esta menina nunca chorou por quê?".>
"[Ela foi] demitida imediatamente para não estar próxima de nossas crianças e jovens", afirma o secretário da pasta, Rossielli Soares da Silva. "É um absurdo uma profissional que deve ser educadora e defensora da infância afirmar que não é uma violência. Repúdio total a qualquer um que defenda um absurdo.">
A reportagem tentou localizar a professora, mas não conseguiu.>
>
Uma menina de dez anos da cidade de São Mateus (ES) engravidou após ter sido estuprada por cerca de quatro anos. Suspeito de ter praticado esses abusos, o tio da menina foi preso na terça (18). O homem foi indiciado sob suspeita de ameaça e estupro de vulnerável, ambos praticados de forma continuada.>
A garota procurou atendimento médico no dia 7 de agosto, dizendo estar com dores abdominais. A unidade de saúde então constatou a gravidez. Na sexta (14), ela foi levada ao Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes), onde foi constatada gestação de 22 semanas e quatro dias. No mesmo dia, uma decisão judicial autorizou a realização do aborto, mas o hospital alegou não ter condições técnicas de realizar o procedimento.>
No domingo, a menina foi levada a Recife, onde conseguiu realizar o aborto no Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros). Ela e a avó tiveram de entrar no local escondidas em um porta-malas devido a protestos de grupos conservadores, contrários ao aborto. Grupos feministas, como o Fórum de Mulheres de Pernambuco, também estiveram no local para apoiar a criança.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta