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PM suspeito de atirar em campeão de jiu-jítsu se entrega e é preso

PM suspeito de atirar em campeão de jiu-jítsu se entrega e é preso

O tenente da PM Henrique Otavio Oliveira, 30 anos, é suspeito de atirar na cabeça de Leandro Lo após discussão durante show. O lutador teve a morte cerebral confirmada

Publicado em 7 de agosto de 2022 às 19:54

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PM Henrique Velozo é suspeito de ter atirado na cabeça de Leandro Lo
PM Henrique Velozo é suspeito de ter atirado na cabeça de Leandro Lo . (Reprodução)

SÃO PAULO - O tenente da PM Henrique Otavio Oliveira, 30 anos, se entregou na Corregedoria da corporação na noite deste domingo (7) e foi preso. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, o suspeito de atirar na cabeça do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, durante a madrugada, em um show do grupo Pixote, no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo, está sendo levando para a delegacia.

No fim da tarde, a Justiça havia concedido a prisão temporária de 30 dias do policial militar. O atleta teve a morte cerebral constatada. O caso é investigado pelo 16° DP (Vila Clementino).

Campeão mundial de jiu-jitsu, Leandro Lo é baleado na cabeça em clube de SP
Leandro Lo, campeão mundial de jiu-jitsu. (Reprodução/Instagram)

O suspeito de ter disparado o tiro estava de folga no momento do crime. O advogado da família de Lo, Ivã Siqueira Junior, afirma que, segundo testemunhas, os dois se desentenderam após Oliveira entrar na roda de amigos de Lo, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. Ele estaria encarando o lutador, como forma de provocação.

Lo teria, então, derrubado o homem e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, segundo relatos de testemunhas às quais o advogado da família teve acesso.

O homem teria, então, sacado uma arma e, de frente para Lo, atirado uma única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa. O atirador teria ainda chutado duas vezes a cabeça de Lo, enquanto este estava caído no chão, segundo colegas do campeão mundial.

Lo chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local, que buscou reanimá-lo e, em seguida, foi levado ao Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, na zona sul.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que a Polícia Militar lamenta o ocorrido. "A instituição instaurou uma apuração administrativa e colabora com as buscas para localizar o autor", informa o órgão.

HISTÓRICO DO POLICIAL

O tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo já tinha no histórico o envolvimento em outra confusão há cinco anos. Na época, ele foi acusado por outros policiais de agressão e desacato em uma casa noturna da capital.

Segundo a denúncia recebida pela 1ª Auditoria da Justiça Militar, no dia 27 de outubro de 2017, por volta das 4h20, Velozo estava na casa noturna The Week, na Lapa, zona oeste, de folga, quando praticou violência contra outro oficial de nível hierárquico inferior, ao desferir socos em um soldado que havia sido chamado para atender a uma ocorrência no local.

Segundo a acusação, PMs foram acionados ao endereço após Velozo se envolver em uma confusão no interior da balada. Ele alega que apenas agiu para separar sete pessoas que agrediam a um primo seu.

"Em dado momento, o soldado (a reportagem suprimiu o nome do policial) se afastou do denunciado e esticou o braço, em nítida intenção de mantê-lo a distância. Neste instante, o tenente Velozo desferiu um soco no braço do soldado. Em seguida, o denunciado desferiu outro soco, visando acertar o rosto soldado", cita trecho da denúncia.

Se mostrando "exaltado" e "nervoso", Velozo teria então passado a agredir verbalmente um outro tenente que chegou ao local, dizendo: "você é meu recruta", "seu covarde", além de diversos palavrões.

O Ministério Público optou pela condenação de Velozo por ter praticado violência contra inferior, pelos socos dados contra o soldado, e por desacato. No entanto, o tenente Velozo foi absolvido das duas acusações. Houve recurso da decisão, e o processo está em análise na segunda instância no Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.

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