Publicado em 22 de dezembro de 2021 às 08:15
O escritor e ideólogo Olavo de Carvalho, considerado espécie de "guru" do bolsonarismo, afirmou, nesta segunda-feira (20), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o usou como "poster boy" para "se promover e se eleger" e que considera que "a briga já está perdida". "Poster boy", em inglês, significa garoto-propaganda, na tradução livre.>
A declaração foi feita pelo escritor durante live realizada no YouTube, ao lado de outros nomes conservadores como os ex-ministros Ricardo Salles e Abraham Weintraub.>
"O Bolsonaro não é obedecido em praticamente nada, nada. Quem manda no Brasil é a turma do STF, da mídia, do show business. Acabou. E o pessoal das Forças Armadas? Assiste a tudo isso. Só acredita em neutralidade ideológica. Ou seja, no Brasil só existem duas possibilidades: ou você é comunista ou você é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo", iniciou Carvalho, em seu discurso, no canal "Conversa Talk".>
"O Brasil vai se dar muito mal, gente. Não venham com esperanças tolas, porque é o seguinte: a briga já está perdida. Existem chances de fazer voltar... Existe uma chance remota, mas só se o Bolsonaro acordar, mas eu não sei como fazê-lo acordar. Dizem que eu sou o 'guru do Bolsonaro'. Isso é absolutamente falso. Conversei com ele somente quatro vezes na minha vida. E duvido que ele tenha lido um só livro inteiro. Se ele tivesse lido com atenção, teve muita coisa que ele fez e não faria", disse.>
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"Então, a minha influência sobre o Bolsonaro é zero. Ele me usou como 'poster boy'. Me usou para se promover, para se eleger. E, depois disso, não só esqueceu tudo o que dizia, como até os meus amigos que estavam no governo ele tirou", acrescentou.>
Aos 74 anos, Olavo de Carvalho vive já há algum tempo nos Estados Unidos, de onde ministra cursos que são transmitidos por vídeos na internet.>
O escritor foi o responsável por indicações no governo Bolsonaro, como a de Ernesto Araújo como chanceler ele deixou o governo em março deste ano e a do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues, demitido pelo presidente em abril de 2019 na ocasião, Olavo afirmou que não lamentaria se Vélez deixasse o governo, pois ele teve um "comportamento traiçoeiro".>
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