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Morre sétima vítima por suspeita de intoxicação de cerveja da Backer

Morre sétima vítima por suspeita de intoxicação de cerveja da Backer

A substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada em dezenas de lotes de diferentes rótulos de cervejas produzidas pela cervejaria

Publicado em 9 de março de 2020 às 20:30- Atualizado há 4 anos

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Cerveja Belorizontina, da Cervejaria Backer é um dos rótulos contaminados . (Fernando Madeira)

Morreu no último domingo (08) a sétima vítima com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada na água utilizada na produção de cerveja da Backer.

A morte foi confirmada nesta segunda-feira (09) pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais. O nome da vítima não foi divulgado, mas se trata de um homem de 49 anos que estava internado em Belo Horizonte, na capital mineira.

De acordo com a Polícia Civil, este é o sétimo óbito confirmado após internação por síndrome nefroneural atribuída à intoxicação por dietilenoglicol.  Em apenas um dos casos já foi confirmada a presença da substância no sangue da vítima.

O capixaba Luiz Felippe continua internado em Belo Horizonte. (Reprodução )

O capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37 anos, é uma das vítimas que está internada. O engenheiro ingeriu a bebida nas vésperas do Natal e está hospitalizado em Belo Horizonte. Apesar de ter saído do coma, o caso dele é grave. 

CONTAMINAÇÃO DE CERVEJA

Substância tóxica usada em sistemas de refrigeração devido a suas propriedades anticongelantes, o dietilenoglicol foi encontrado em dezenas de lotes de diferentes rótulos de cervejas produzidas pela cervejaria mineira Backer. Todas as pessoas que apresentaram sintomas da síndrome nefroneural tinham consumido a bebida pouco tempo antes – o que levou as autoridades a investigarem a fábrica e as cervejas da Backer.

Polícia investiga a presença de dietilenoglicol nas cervejas da Backer. (Uarlen Valério/ O Tempo/ Folhapress))

As pessoas hospitalizadas apresentaram sintomas semelhantes – insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.

MORTES

Há mais de um mês não se registrava uma morte associada ao consumo da bebida. O sexto óbito confirmado pela secretaria estadual ocorreu no dia 3 de fevereiro, e a identidade da vítima não foi confirmada.

A quinta morte por intoxicação ocorreu no mesmo dia 3 de fevereiro. A vítima foi o juiz titular da 28ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), João Roberto Borges, 74 anos. Na ocasião, ao menos 29 pessoas tinham apresentado os sintomas de intoxicação por dietilenoglicol

Até o dia 7 de fevereiro, data em que a Secretaria de Saúde divulgou o último boletim sobre o caso, 31 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol já tinham sido notificados. Desses, 26 pessoas eram do sexo masculino e cinco, do sexo feminino; 22 eram moradores de Belo Horizonte e os demais casos estavam distribuídos pelas cidades de Capelinha, Contagem, Nova Lima, Pompéu, Ribeirão das Neves, São João Del-Rei, São Lourenço, Ubá e Viçosa.

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Em nota, a Backer lamentou a morte e afirmou que já ter entrado em contato com a família, se colocando à disposição para ajudar no que for necessário. A cervejaria disse ainda que, com a decisão do Tribunal de Justiça de desbloquear parcialmente os bens da empresa, terá "finalmente condições de oferecer suporte aos clientes e às famílias, como sempre foi o nosso desejo".

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