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Morre indígena que teve corpo queimado com fondue em restaurante no RS

Morre indígena que teve corpo queimado com fondue em restaurante no RS

Jaqueline Tedesco estava internada na UTI e teve 30% do corpo queimado. A advogada da família da indígena não detalhou o que agravou a saúde da jovem e causou a morte

Publicado em 15 de março de 2024 às 14:43

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Jaqueline Tedesco, 26, da etnia kaingang, sofreu um acidente com fondue em um restaurante no Rio Grande do Sul e teve 30% do corpo queimado
Jaqueline Tedesco, 26, da etnia kaingang, morreu na manhã desta sexta-feira (15) após ter 30% do corpo queimado em um restaurante do Rio Grande do Sul. (Reprodução/Redes Sociais)

Morreu na manhã desta sexta-feira (15) a indígena Jaqueline Tedesco, 26, da etnia kaingang, que sofreu um acidente com fondue em um restaurante na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul e teve 30% do corpo queimado, no sábado (9). A informação foi confirmada pela advogada Aisllana Zogbi, que representa a família.

Jaqueline sofreu graves queimaduras no queixo, braços, seios e mãos e estava internada na UTI do Hospital Geral Associação de Caridade Santa Casa. A advogada da família da indígena não detalhou o que agravou a saúde da jovem e causou a morte. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento. Uma missa em homenagem a Jaqueline será realizada ao meio-dia desta sexta na Catedral de São Pedro, no centro de Rio Grande.

Affonso Celso Pupe Neto, advogado que representa o restaurante Le Petit Rio Grande, onde ocorreu o acidente, disse que o estabelecimento presta solidariedade aos familiares e apoio material com o custeio do funeral, conforme a escolha da família. Jaqueline era a quarta indígena a se formar em direito pela Furg (Universidade Federal de Rio Grande), sendo a primeira mulher indígena a ocupar a coordenação-geral do DCE (Diretório Central de Estudantes) da universidade.

Ela também era integrante da Upei (União Plurinacional dos Estudantes Indígenas), que luta por acesso e permanência de indígenas em universidades de todo o país. Testemunha do acidente, a estudante de direito da Furg Mara Rodrigues, 24, também indígena da etnia kaingang, disse que a noite que deveria ser de comemoração virou um pesadelo. Amiga da vítima, ela afirmou que o restaurante não prestou assistência a Jaqueline, nem para uma garçonete que também ficou ferida. Segundo Mara, ambas foram levadas ao hospital pelos clientes.

"A garçonete estava pressionando a garrafa de álcool em gel e, quando foi acender a chapa do fondue, explodiu. Foi em questão de segundos. Quando virei o rosto, vi minha amiga [Jaqueline] em chamas, desesperada. O fogo também atingiu a mãe dela e incendiou mesa", contou Mara. Nas redes sociais, o restaurante Le Petit divulgou uma nota expressando pesar, pediu desculpas e disse prestar assistência às vítimas.

"Estamos no mercado desde 2009, sem nenhuma ocorrência, pois utilizamos materiais adequados. Estamos trabalhando diligentemente para entender a causa exata e implementar medida preventiva para garantir que tal fato não aconteça novamente", diz trecho da nota.

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