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Moraes determina preservação de provas da operação policial no Rio

Moraes determina preservação de provas da operação policial no Rio

Ministro do STF analisa se governo estadual descumpriu regras estabelecidas na ADPF das Favelas ao realizar ação nos complexos da Penha e do Alemão

Publicado em 2 de novembro de 2025 às 17:16

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou neste domingo (2) a preservação e documentação "rigorosa e integral" de todos os elementos materiais relacionados à execução da operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, conjuntos de favelas na zona norte do Rio, na última terça-feira (28).

Segundo Moraes, devem ser preservados elementos como as perícias e as cadeias de custódia (documentação do histórico de coleta de vestígios encontrados em cenas de crimes) para o controle e averiguação pelo Ministério Público e também para o acesso pela Defensoria Pública.

A determinação de Moraes atende a um pedido da Defensoria Pública da União.

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante julgamento de Bolsonaro
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante julgamento de Bolsonaro Crédito: Gustavo Moreno/STF

O ministro também agendou uma audiência conjunta na Primeira Turma do Supremo para a próxima quarta (5), às 10h, com entidades de defesa dos direitos humanos e associações de representantes do Complexo da Maré.

Nesta segunda-feira (3), o ministro vai conduzir uma audiência com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL). O ministro do Supremo analisa se a gestão descumpriu regras estabelecidas na ADPF das Favelas ao realizar a operação.

A Operação Contenção, que levou cerca de 2.500 policiais aos complexos dominados pela facção criminosa Comando Vermelho deixou ao menos 121 mortos, segundo levantamento oficial. A operação superou o massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos, tornando-se a mais letal do país.

O relator original da ADPF das Favelas era o ministro Edson Fachin. Ele assumiu a presidência do Supremo em setembro, e a paternidade do processo ficou com Luís Roberto Barroso. O regimento do tribunal prevê que, na ausência do ministro responsável, assume a relatoria o ministro imediato em antiguidade --neste caso, Alexandre de Moraes.

A ADPF das Favelas foi analisada pelo Supremo em abril. O caso foi levado a julgamento após os ministros do tribunal se reunirem nos bastidores e definirem um voto conjunto.O Supremo declarou que há um estado de coisas inconstitucional na segurança pública do Rio.

Como solução, o tribunal definiu procedimentos que devem ser cumpridos pelo governo do estado em caso de operações policiais que resultarem em mortes.

As regras incluem a preservação do local da ocorrência, o acionamento do Ministério Público imediatamente após o início da operação policial, a autópsia obrigatória de toda morte por intervenção policial e a remoção dos cadáveres pela polícia técnica do estado, entre outros procedimentos.

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