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Haddad fala em diálogo com PSDB após a eleição

Haddad fala em diálogo com PSDB após a eleição

Ao comentar proposta de Ciro sobre nome limpo, petista sinalizou importância de construção de 'plataforma comum'

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 13:15

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O candidato a Presidencia da Republica, Fernando Haddad com Manuela D'Ávilla e Dilma Rousseff . (Reprodução/Instagram)

Em ato de campanha na Avenida Paulista neste domingo, o candidato à presidência Fernando Haddad (PT) fez gestos de acenos ao PSDB e à candidatura de Ciro Gomes (PDT). Empatado com 13% das intenções de votos com Ciro na corrida ao Planalto e já na frente de Geraldo Alckmin (PSDB), que tem 9%, segundo a última pesquisa Datafolha, Haddad afirmou que considera possível um diálogo com o PSDB depois das eleições. Sobre Ciro, lembrou que aposta no apoio do pedetista no segundo turno e defendeu a construção do que chamou de "plataforma comum", ao comentar as propostas de ambos.

Haddad disse que está aberto a conversas com aqueles que fizeram uma autocrítica em relação ao apoio do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a participação no governo do presidente Michel Temer.

"Tem muitas pessoas que apoiaram o golpe de 2016 e estão revendo sua posição. O próprio PSDB já fez uma autocrítica. Isso é muito importante porque constrói possibilidades de diálogo depois das eleições", disse o petista.

Haddad voltou a se referir a uma fala do senador Tasso Jereissati em entrevista ao Estadão, na semana passado, quando o tucano admitiu que foi um erro o partido ter feito parte do governo Temer.

"Todo mundo que tiver fazendo uma autocrítica nós precisamos ouvir. Porque é um momento de ajuste de contas, de um acerto de contas do que aconteceu no país nos últimos quatro anos", disse o candidato.

Moderado, Haddad manteve acionada uma espécie de cláusula de não agressão ao ser instado a comentar sobre denúncia contra Alckmin na edição do jornal Folha de S. Paulo deste domingo. O jornal trouxe reportagem que afirma que decretos de desapropriações da gestão do tucano beneficiaram seus familiares que embolsaram R$ 3,8 milhões.

"Não vou ser irresponsável de falar sobre assunto que não tenho conhecimento. Nós devemos nos respeitar como adversários, mas saber que tem algo maior a ser preservado, que é o interesse do país. A hora agora é de apresentar propostas em todas as áreas. E com normalidade chegar ao 7 de outubro para ver quem vai para o segundo turno".

O candidato também tentou um flerte com Ciro ao ser questionado sobre a possibilidade de o PT ter copiado proposta do pedestista para limpar o nome de devedores.

"Não em relação ao programa dele (Ciro). Procuramos fazer um apanhado de todas as boas propostas do país, inclusive nos governos do estado para que pudéssemos fazer o programa mais amplo possível. E temos certeza que o Ciro, aliás ele já declarou que nos daria apoio caso fossemos para o segundo turno. E nós temos que construir uma plataforma comum".

HADDAD EVITA RESPOSTA SOBRE INDULTO

O ex-prefeito de São Paulo evitou responder se livraria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia por meio de um decreto de indulto, caso o ex-prefeito paulista fosse eleito como cabeça da chapa. Haddad, porém, sinalizou positivamente ao afirmar apenas que a Organização das Nações Unidas (ONU) "deve ter razão" ao solicitar um julgamento justo para o ex-presidente Lula no caso do Tríplex do Guarujá. O processo motivou a condenação do petista por corrupção e lavagem de dinheiro e levou ao cumprimento da pena a 12 anos e um mês de prisão.

O candidato se referiu a uma manifestação do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que se disse favorável à candidatura de Lula na eleição, ainda que o petista já tenha tido sua condenação mantida em segunda instância, o que pela lei brasileira leva ao impedimento o candidato por meio da Lei da Ficha Limpa.

Em entrevista neste sábado, o governador Fernando Pimentel (PT-MG) afirmou que, caso Haddad seja eleito, concederia indulto ao ex-presidente no primeiro dia do governo.

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"Eu já respondi essa pergunta. Na ocasião do registro da candidatura o presidente Lula pediu que se registro fosse julgado com imparcialidade. A ONU está pedindo julgamento justo para o Lula. Se a ONU está pedindo deve ter alguma razão. Os vícios do processo chamaram atenção de alguns chefes de estado do mundo inteiro", disse Haddad.

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