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'Há um congestionamento de candidatos da base', diz Hartung

"Há um congestionamento de candidatos da base", diz Hartung

Governador fala com exclusividade sobre sua decisão de não disputar a reeleição e nega que isso tenha desorganizado sua base aliada

Publicado em 15 de julho de 2018 às 01:27

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O governador Paulo Hartung concedeu entrevista para o Gazeta Online. (Vitor Jubini)

Na quinta-feira passada o governador Paulo Hartung (MDB) recebeu o Gazeta Online em seu gabinete no Palácio Anchieta para uma entrevista exclusiva, em que falou sobre o cenário estadual e nacional e a sua decisão de não tentar a reeleição, para o que seria um quarto mandato.

Aos 61 anos, Hartung diz que disputar mandatos eletivos é uma página virada na sua história. O tom foi de despedida da vida pública. Fez uma espécie de balanço histórico, relembrando os primeiros momentos de sua carreira.

Escolheu uma mesa menor para a entrevista e lembrou, meio saudosista: "Camata despachava nesta mesa. Foi aqui que ele me recebeu no início dos anos 80 para me convidar para ser prefeito de Vitória, com seu apoio. Eu era deputado estadual. Fiquei entusiasmado. Mas reuni um pessoal para discutir à noite e as pessoas me sugeriram não disputar. Eu ainda não tinha experiência. Era a primeira eleição para prefeito de capitais depois da ditadura militar. Essa eleição quem venceu foi Hermes Laranja".

Ele refere-se a Gerson Camata, governador entre 1983 e 1986. Hartung chegaria à Prefeitura de Vitória nas eleições de 1992. Em quase 40 anos de vida pública, além de prefeito, deputado estadual e governador, ele foi também deputado federal e senador.

Nesta entrevista, Hartung nega que as pesquisas, a família ou a saúde tenham influenciado na decisão de ficar fora da disputa e discorda da visão de que esse anúncio deixou órfã a sua base aliada: "O que vejo é que há congestionamento de candidatos".

Ele demonstrou grande preocupação com o futuro do Brasil e com a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência: "Vivemos um surto grave de populismo no Brasil".

Aparentando vigor físico, ajudou a arrastar cadeiras e mesa (aquela do Camata) para melhorar o enquadramento das imagens para esta entrevista e fez questão de falar da saúde: "Todos os sinais que nós temos são de que estou curado do câncer."

CONFIRA A ENTREVISTA:

Por que o sr. desistiu da disputa? As pesquisas influenciaram? Seria uma disputa muito difícil?

Tenho uma trajetória longa na política capixaba e brasileira. Venho da geração que lutou pela democracia, participei de movimentos sociais, participei do movimento estudantil. Cheguei a tentar ser servidor público, fiz prova para o Instituto Jones dos Santos Neves e para o Bandes, passei nas duas. Essas seleções foram canceladas. Disseram na época que eu era um militante de esquerda. O governo, ainda sob influência militar, cancelou as duas seleções e eu deixei de ser servidor público. Quando me formei, montei uma microempresa e logo participei de campanha eleitoral e me elegi deputado estadual, em 1982. São oito eleições disputadas, oito vitórias, sou muito grato a isso, aos capixabas. No caso das disputas majoritárias, sempre enfrentei adversários importantes da política do Espírito Santo. Na prefeitura, fui disputar contra uma figura querida da cidade de Vitória, que é o dr. Luiz Buaiz. Quando fui disputar a convenção do PSDB, disputei com José Ignácio Ferreira, que tinha uma história. Perdi a convenção e contra quem fui disputar o mandato de senador? Contra o ex-governador Elcio Alvares, ex-ministro, líder do governo FHC. Um peso pesado. E enfrentamos, tive uma votação consagradora. Cada passo que eu dei foi desafiador, disputas complexas. Quando fui disputar o governo, em 2002, tive de enfrentar o ex-governador Max Mauro. E me elegi no primeiro turno. Fui para a reeleição, parecia que era um passeio, estava muito bem avaliado, mas a oposição puxou a liderança mais importante da Grande Vitória na época, o prefeito Sérgio Vidigal, da Serra. Depois agora, na última eleição, disputei contra o governador em exercício na época, com toda a estrutura do governo em funcionamento. E fui bem-sucedido. Sempre enfrentei eleições desafiadoras. Isso nunca foi critério para não participar. Participei de todas. Quando você entra nas pesquisas, o que aconteceu do segundo semestre para cá é que em todas as que chegaram ao meu conhecimento houve uma evolução do bom e ótimo do governo, do governador e na aprovação do governador. A decisão é madura e de certa forma sinalizada desde a minha eleição. A primeira entrevista que dei depois de eleito eu falei: vou cumprir o mandato, reorganizar o Estado e não vou ser candidato à reeleição. Por que anunciar agora? Porque precisa governar. Se tomar decisão precipitada, você desorganiza o que está fazendo. Penso que anunciei a decisão no momento certo.

Sua base aliada parece meio órfã. Não há um candidato natural à sua sucessão. Isso não desorganiza a base aliada e não ameaça a preservação de sua própria gestão, ou a defesa de sua obra no período eleitoral?

Não ameaça a gestão. Até a LDO já foi votada no Espírito Santo, que é a base do Orçamento do ano que vem: Estado absolutamente organizado, inovando em políticas sociais como na educação, com Escola Viva, inovando na saúde com a Rede Cuidar, o choque gerencial importante na nossa rede hospitalar, inovando no saneamento, com Águas e Paisagens, no meio ambiente, com o Reflorestar... É um tempo certo para garantir que tudo o que se fez chegue no último dia funcionando, organizado. E vamos chegar no final como o Estado mais bem organizado de todas as 27 unidades federadas. No ranking do Tesouro Nacional, nós e Pará somos os únicos que recebemos nota A. Estamos com Minas Gerais quebrado de um lado e Rio de Janeiro quebrado de outro.

E a base?

A base está conversando. Estão procurando um caminho. Tem tempo para isso? Claro que tem. Vêm as convenções partidárias, as coligações, e aí caminha na direção do processo eleitoral.

O sr. disse que não vai apontar o dedo, não vai indicar candidato. Como vai ser então a sua participação no processo eleitoral?

Quem tem que fazer a condução desse processo agora é quem tem competência para fazê-lo: os presidentes de partido, dirigentes de partido. Depois vêm as convenções, as coligações, e aí sim, olhando o quadro que se formar, vamos poder avaliar e anunciar uma posição minha. Mas tudo a seu tempo. Assim como a minha decisão agora é no tempo certo.

O próprio Lelo Coimbra disse que não se faz um candidato de um dia pro outro. Então há uma dificuldade...

Acho que não. Vi nos jornais que já tem quatro pretendentes na base. Acho que já está dando congestionamento. Nosso querido Lelo, que mandei um beijo para a testa dele, ele colocou uma opinião que não é a prática atual. Como foi a eleição no Chile? Faltando dez dias era um quadro, no dia da eleição, outro. Os institutos de pesquisa erraram porque o eleitor veio para o processo muito em cima da hora e os institutos não conseguiram captar. (Venceu Sebastián Piñera, com 54% dos votos). Não conseguiram captar também a consulta popular que foi feita na Inglaterra sobre o Brexit. Erraram. E na Itália? Mesma coisa: na última hora o eleitor se posicionou. Então tem tempo de sobra para construir um caminho. O eleitor vai entrar em campo em cima da hora. E essa construção não cabe ao governador. O papel de uma liderança contemporânea não é indicar o caminho a todo tempo. É dialogar. Na hora que tiver o quadro formado, não vou me furtar, pode me perguntar que vou dizer com clareza o rumo que vou tomar. 

O sr. fez há pouco um balanço das conquistas do seu governo. E os erros? Qual teria sido o seu erro ou o momento mais difícil? A greve da PM?

Como se administra nesse tempo que estamos vivendo? Todas as empresas do país tiveram que se ajustar. As famílias também. E eu avisei antes que o Espírito Santo estava indo num caminho errado, que o Brasil estava indo no caminho errado. Eu disse isso antes de ser candidato lá em 2014. Ana Paula Vescovi e Haroldo Corrêa Rocha alertaram que havia algo errado nas contas públicas. Não dá para comparar isso com o tempo da alta das commodities, Brasil crescendo não sei quantos por cento. Não é isso que estamos administrando. Por isso valorizo o que fizemos. Olha o Rio de Janeiro. O Rio perdeu dinheiro do petróleo e gás? Nós também. Por que eles quebraram e nós não? E o Rio sempre foi privilegiado, nós nunca fomos. O Rio foi Capital da República inclusive. E a nossa crise tem elementos que são só nossos. Além da crise nacional, da crise do petróleo, tivemos a crise hídrica, a Samarco parada, impacto de 5% no PIB capixaba. Com tudo isso, estamos administrando o Espírito Santo com as contas organizadas. Em 2015 fizemos um pequeno superávit, em 2016 menor ainda. É nessas condições que nosso período de governo tem que ser analisado, e comparativamente: somos 27 unidades na Federação. Custa comparar com as outras unidades? Por que o Distrito Federal quebrou? Foram lá e meteram a mão no Instituto de Previdência. E quanto tem na Previdência do Espírito Santo? Mais de R$ 3 bilhões. Só que esse dinheiro não pertence ao governo, pertence aos servidores públicos.

E o momento mais difícil?

Foi quando eu não sabia da gravidade do meu problema. Fui hospitalizado para fazer um exame, o exame virou uma cirurgia na minha bexiga, e quando acordei da anestesia, recebi a notícia de que a PM estava em greve. Imagine! Uma greve ilegal, não é permitido greve para quem usa arma, o que é correto, e eu tive que encarar esse desafio. Graças a Deus tive força. Se eu sucumbisse a uma fraqueza, eu quebrava o Estado. É algo a ser analisado pela história, inclusive. Administrei essa situação e está aí o Estado. Vamos fechar o mandato com bons indicadores em todas as áreas, inclusive queda de homicídio. E com o dinheiro diminuindo, conseguimos manter o pagamento de todos em dia. Evoluímos em políticas públicas. No governo passado tivemos dificuldade no enfrentamento do crime organizado, cheguei a temer pela minha integridade. E este agora é outro desafio importante. Tivemos que administrar com a receita encolhendo. Como as empresas, só que o setor público é engessado. Uma empresa privada corta despesa do dia para a noite. Aqui, não é tão fácil. E nós conseguimos fazer o ajuste fiscal e inovar em políticas públicas. Tenho muito orgulho dessa obra e de minha equipe. E no final do governo você vai comparar como nós chegaremos e como chegarão as outras 26 unidades da Federação. Água e óleo.

E se o sr. tivesse que apontar um erro? O sr. tem o apelido de Imperador. Por ser centralizador ou por falta de diálogo com algum setor?

César Maia era prefeito do Rio e certa feita entrou num açougue e pediu um picolé. E ele brincou com os jornalistas depois e disse: "Quem está na vida pública é melhor que arrume um apelido que ele mesmo direcione. Então, que me chamem de doido". A gente recebe denominações que nem sempre correspondem à realidade. Difícil me colocar como centralizador trabalhando em equipe como eu trabalho, delegando. A crítica precisa ter fundamento.

E o diálogo?

Na questão da polícia não faltou diálogo. Faltou dinheiro. Se não tem dinheiro, como vai dar aumento? Para atrasar o de todo mundo? Não é melhor dizer que não tem dinheiro? Você tem uma conta da Previdência que não para de subir. E como é que estão os aposentados do Espírito Santo? Recebendo em dia. Tenho qualidades e defeitos como todo ser humano. Mas temos que reconhecer coisas importantes que o Espírito Santo está fazendo. Temos uma dificuldade histórica de valorizar o que temos de bom. E temos um governo hoje que é diferencial no Brasil. O Espírito Santo antes de 2003 chegou a atrasar salário, servidor tinha que pegar empréstimo no Banestes e pagar juros para receber o salário. Minas Gerais está parcelando em quatro vezes salário de servidor. O Rio é uma confusão para saber o que se recebeu ou não.

O sr. falou da Previdência, um problema sério do país. Chegou a participar de discussões nacionais, foi cotado como vice na chapa de alguns candidatos a presidente, e não está disputando as eleições, nem estadual nem presidencial. E disse há pouco que participaria da administração federal ano que vem, dependendo de quem for eleito. Com quem o sr. trabalharia? Quem seria seu candidato a presidente?

Tem que ir com calma. As convenções partidárias não ocorreram ainda. Vamos ver que candidatos a presidente vão continuar, se alguém vai virar vice de alguém. Deixa primeiro rodar as decisões nacionais e aí sim eu posso tomar uma posição.

Pelas conversas, o sr. não parece muito otimista.

Não é questão de otimismo. O ambiente no país está ruim, a população está irritada com tudo o que viu, e com razão. Mas é um ambiente propício para o populismo, cria as bases para um surto populista de grande monta. O processo eleitoral vai modificar isso? Não sei. O debate no primeiro turno é candidato demais. Então não é debate. Lembra daquelas mesas enormes nas eleições de 89? Aquilo não era debate. Corre o risco de virar o primeiro turno com esse sentimento. Tendência não é destino, mas essa é a tendência do Brasil hoje, de o país acabar decidindo seu futuro num surto de populismo grave. Um ambiente desse não me comporta. Não acredito em vender terreno na lua, em bravata, frase de efeito. O Brasil tem que trabalhar muito, reformar muita coisa, temos que rever as estruturas do país. O Brasil tem potencial. Mas como transformar isso em oportunidade para nosso povo? Tem que reformar o país para ele ganhar competitividade. O país tem que acertar suas contas. Esse desajuste nas contas vai virar hiperinflação. Quer imposto pior para a nação e para os mais pobres? O país está gastando R$ 150 bilhões a mais do que arrecada. E o mundo está se afastando do Brasil. O mundo está começando a achar que a gente não vai reencontrar o caminho.

Vai virar uma Venezuela?

Se não vai virar, está flertando com isso. Imagina o que o Congresso Nacional fez essa semana, a Câmara dos Deputados. O país quebrado e eles inventam despesa para mandar para o Tesouro Nacional. Aonde isso vai dar?

Aonde?

Num completo desajuste. Pode ter eleição de um presidente da República e seis meses depois o país estar frustrado. De novo! Porque não tem mágica. Não é bravata que resolve.

Surto de populismo é uma referência a Jair Bolsonaro? O sr. diria que é a maior ameaça hoje?

Claro! Óbvio! Tem nome e sobrenome. E é curioso porque você vê pessoas que têm liderança no país brincando com esse fogo, que está ligado ao despreparo. Tem gente dizendo que é como o (Donald) Trump nos EUA. Está brincando? EUA é um país tão organizado, tem tanta gordura para queimar, que pode conviver com isso que está lá, que é uma baita irresponsabilidade. Por isso eu falo que é um surto grave de populismo no Brasil. E eu alerto. E eu não ser candidato é melhor ainda porque posso falar isso com toda a clareza.

Esse desencanto do eleitor com a política não é responsabilidade dos próprios políticos, que se envolveram em corrupção, caixa dois?

Tem erros, mas tem que saber de quem. Porque no Brasil pegaram indício e trabalharam como se fosse prova. E atacaram a honra alheia, e viram que não era verdade. Os equívocos não foram corrigidos. Na hora de atacar, ataca com força. Na hora de mostrar que não era, vira pé de página de jornal.

Há políticos condenados e presos...

Tem erros de políticos? Tem. Mas teve um trabalho de tentar generalizar que foi tiro no pé do país. Tem gravíssimos desvios de corrupção? Claro que tem. Mas tem erros. Houve uma tentativa de criminalização da política que está prejudicando todo o país.

Tentativa de quem? O sr. acha que houve exagero da Lava Jato ou da imprensa?

Não vou entrar nesse mérito, isso é casca de banana. Não vou ficar dando pedrada nos outros. Estou alertando para que pare de acontecer. O que foi feito, está feito. Se puder parar de cometer erros, já é muito bom. Meu olhar é para frente. Estamos querendo é dar rumo para o Brasil. De tempos em tempos a gente arruma uma Geni no Brasil. A última delas é envolver a política como um todo como a Geni. Grave equívoco! Dá um sinal péssimo para nossos jovens. Por isso a ideia de intervenção militar. Isso é um descaminho. O problema do país não é um só, é complexo, é histórico. Nosso país foi o último a abolir a escravidão. Isso diz muito sobre a desigualdade social. Você vai encontrar na política o que você encontra na vida como um todo: gente qualificada, gente ética, gente que não é ética. E o único caminho para tirar o país dessa crise é a política, que é uma ferramenta civilizatória. Temos que valorizar a política. As instituições partidárias estão bichadas? Estão, tem que corrigir isso, precisamos de uma reforma partidária. Mas é através da política que vamos tirar o país dessa encrenca.

O sr. acredita na vitória de um candidato reformista, que faça a reforma da Previdência, a reforma política?

É o que o país precisa, de alguém com capacidade de explicar para o país, olhar no branco dos olhos do país e explicar por que é que nós precisamos reorganizar as contas públicas, explicar que não temos futuro se continuarmos a desorganizar as contas públicas como estamos fazendo. A dívida bruta do setor público já passou de 70% do PIB, de tudo que a gente produz. Isso vai tornando a gente um país que não vai atrair nada do mundo para ele, numa economia integrada. Precisamos melhorar a competitividade do país, a educação básica, a infraestrutura, os portos, os aeroportos, as rodovias, a energia, a transmissão de dados. Não temos competitividade no país. Precisamos de segurança jurídica. Infelizmente, em vez de discutir essas questões, estamos aí mergulhados num não debate. Estamos num não debate. Frases de efeito, populismo latino-americano, esse surto gravíssimo de populismo. Podemos superar? Sim, podemos escolher um caminho sensato. Mas a tendência hoje é isso não acontecer. Mas volto a dizer que tendência não é destino. Veja a eleição na França. Houve um momento em que parecia que a extrema direita, racista, atrasada, preconceituosa, do meu ponto de vista, parecia que aquela direitona lá da Marine Le Pen ia chegar ao poder. Não chegou. O Macron conseguiu dialogar com os franceses. E agora está tendo sorte ainda no futebol. Está indo para a final da Copa do Mundo. (risos)

Governador, e a saúde?

Depois que tomei a decisão de não ser candidato, alguns fantasmas rondaram essa decisão. Preciso deixar claro para os capixabas: estou tratando do câncer que tive na bexiga de forma transparente. Todos os procedimentos que faço são comunicados à imprensa. Vou fazer um procedimento na próxima semana, na sexta-feira, que é cirúrgico mas é exame. Todos os sinais que nós temos são de que estou curado desse câncer. Estou com um gás danado, estou pedalando, tenho uma agenda pesada, e estou me sentindo muito bem, estou muito bem de saúde. Saúde não tem nada a ver com a decisão que tomei. Outra dúvida é se a família pediu para eu não ser candidato. Pediu sim, mas foi da outra vez, em 2014. Desta vez a família fez um gesto muito bacana. Disse: a decisão é sua. E a decisão foi tomada por mim. Era a minha tendência desde o início.

O sr. fala às vezes como se fosse abandonar a política.

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Vou continuar na política, participando dos debates, mas não com mandato no Executivo ou Legislativo. Isso é uma página virada na minha vida. Mas contribuir para o debate no meu Estado, no meu país, nas nossas cidades, aí sou um militante e acredito na política. E volto a dizer: política é o grande instrumento que o homem descobriu na vida. Antes da política era a barbárie. Era a luta de todos contra todos. A política pega um conflito que paralisa a sociedade e esse mesmo conflito vira uma ação mudancista e inovadora. Falo isso pensando muito na juventude capixaba e brasileira. O que precisamos fazer é jogar fora a água suja, não a criança, que é nosso futuro. Política é a nossa criança, o nosso futuro.

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