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'Grande amigo do Brasil', diz governo Lula após morte de Pepe Mujica

'Grande amigo do Brasil', diz governo Lula após morte de Pepe Mujica

Itamaraty manifesta pesar pela morte do líder uruguaio, que tinha relação próxima com o presidente Lula

Publicado em 13 de maio de 2025 às 19:18

O ex-presidente do Uruguai, José Mujica
O ex-presidente do Uruguai José Mujica morreu aos 89 anos Crédito: MATILDE CAMPODONICO/AP

BRASÍLIA - O Itamaraty lamentou, por meio de nota, a morte do ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica na tarde desta terça-feira (13). No comunicado, a pasta manifesta pesar pela morte do líder, que tinha relação próxima com o presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT). A nota se refere a ele como "grande amigo do Brasil".

"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto 'Pepe' Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu."

Lula ainda não se manifestou oficialmente. O presidente brasileiro está em viagem oficial na China, com um fuso de 11 horas à frente.

"Grande amigo do Brasil, o ex-presidente Mujica foi um entusiasta do Mercosul, da Unasul e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas", diz a nota.

Na manifestação, o Itamaraty relembra a visita de Lula à Montevidéu em dezembro de 2024, quando condecorou "Pepe" Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros.

Na ocasião, Lula se referiu ao ex-presidente do Uruguai como "a pessoa mais extraordinária" entre os presidentes com quem conviveu.

"O legado de 'Pepe' Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações", finaliza o Itamaraty.

Ministros e parlamentares também prestaram condolências por meio de redes sociais. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) publicou uma foto de braços dados com Mujica. "Deixa um legado de esperança, um convite a um humanismo radical. Meus sentimentos ao planeta Terra."

As ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Anielle Franco também prestaram homenagens, com reforço ao legado de Mujica.

"Em tempos difíceis, ver a partida de uma figura tão inspiradora é triste. Ficam seus ensinamentos e, sobretudo, sua esperança em um mundo melhor. Seguiremos sua luta!", escreveu Guajajara.

A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) reforçou o legado do ex-líder e a amizade de Mujica com o Brasil.

"Pepe Mujica foi uma dessas pessoas imprescindíveis para a humanidade. Dedicou a vida ao ideal de um mundo melhor e mais justo. Lutou por esse ideal de todas as formas possíveis, inclusive pelo exemplo de vida que nos legou. Foi amigo do Brasil e do nosso povo, conquistou a juventude e foi admirado por onde passou. Vá em paz, querido Pepe. Te agradecemos por tudo."

Alexandre Padilha referiu-se a ele como uma das figuras "mais doces e gentis da política".

O líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) também se juntou às homenagens, referindo-se e ele como alguém "inigualável" e símbolo da América Latina. Também da base, Guilherme Boulos (PSOL-SP) se uniu às homenagens.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, também se manifestou: " A América Latina perde uma de suas maiores lideranças e inspirações políticas", afirmou, em nota. Mercadante relembrou que escreveu recentemente sobre o ex-presidente uruguaio.

" Felizmente, em março deste ano, tive a oportunidade de publicar o artigo "A humanidade cabe em um fusquinha azul", em que pude homenagear e reconhecer publicamente toda a admiração a Mujica, com ele ainda em vida. Ao longo dos mais de 50 anos de vida pública, minha trajetória se cruzou com a dele diversas vezes e estivemos juntos em várias ocasiões, como quando ele foi ministro, presidente do Uruguai, senador ou como liderança da Frente Ampla. Em todas, as atitudes e intervenções diferenciadas e improváveis de Mujica sempre me marcaram."

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