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Evento nos EUA não é organizado por Soros para 'destruir' Bolsonaro

Evento nos EUA não é organizado por Soros para "destruir" Bolsonaro

Nas redes sociais, é compartilhada falsamente a informação de que debate no exterior é organizador por megainvestidor para atacar deputado

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 00:30

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É falsa a informação que circula nas redes sociais e diz que grupo do megainvestidor George Soros realiza uma reunião para definir como destruir o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). O evento que será realizado em Washington, nos Estados Unidos, é uma palestra organizada pelo Diálogo Interamericano (IAD, na sigla em inglês), uma entidade que fomenta o debate político e social para a América Latina. No dia 25 de setembro, será realizado um painel sobre o cenário eleitoral do Brasil em 2018, com três debatedores brasileiros. Soros não é formalmente vinculado à entidade.

A informação foi checada pelo projeto Comprova, coalizão que combate a desinformação na eleição presidencial. A verificação foi liderada por jornalistas de Gazeta do Povo, Jornal do Commercio e SBT. Em seguida, profissionais de Poder360, Folha de S. Paulo, UOL, NSC e Gazeta Online concordaram com a checagem.

A postagem diz que George Soros promoveria um encontro de "figurões de esquerda", que teriam em comum o apoio a regimes comunistas da América Latina, cuja pauta seria como destruir em todo o mundo – principalmente nos Estados Unidos e no Brasil – a reputação de Jair Bolsonaro. A nota lembra que o candidato foi vítima de um ataque e faz suposições acerca da autoria da agressão. Faz, ainda, suposições sobre o apoio de George Soros a regimes de esquerda.

O texto é ilustrado por uma foto que mostra o ex-presidente Lula (PT) cumprimentando George Soros, com Antonio Palocci ao lado. O trio se encontrou no dia 26 de janeiro de 2003, durante o 33º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Na época, Lula era presidente recém-eleito para o primeiro mandato. Palocci, o ministro da Fazenda. A foto é de Ricardo Stuckert, que trabalhava para a Presidência da República.

O evento que será realizado em Washington – Brazilian Elections: Starting over or more of the same? (Eleições brasileiras: um recomeço ou mais do mesmo?, em tradução livre) – não terá a participação de nenhum "figurão". A proposta é discutir o cenário eleitoral em um momento de grande polarização no Brasil, que tem uma economia se recuperando após uma recessão e cujos escândalos de corrupção afetaram a confiança pública nas instituições do país.

O convite para o evento fala na inelegibilidade de Lula, substituído por Fernando Haddad na corrida presidencial, e em Jair Bolsonaro, apresentado como um congressista linha dura e que está hospitalizado após um ataque a faca. O texto ainda menciona que há quatro ou cinco nomes com possibilidade de chegar ao segundo turno.

O painel terá explanações de três brasileiros e conta com a mediação de Peter Hakim, presidente emérito da entidade. Serão palestrantes Monica de Bolle, diretora do Departamento de Estudos Latino-Americanos da Escola de Estudos Internacionais Avançados Johns Hopkins; Maurício Moura, fundador e CEO do Ideia Big Data; e Henrique Gomes Batista, correspondente do jornal O Globo em Washington.

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A postagem falsa original foi publicada no site MCI Rádio, no dia 14 de setembro. O conteúdo foi repostado 19 vezes no Twitter e Facebook – foram 555 interações totais que alcançaram 274.236 usuários das redes sociais até o dia 19 de setembro.

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