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CPI afirma que culpados pelas 500 mil mortes serão punidos

CPI afirma que culpados pelas 500 mil mortes serão punidos

A nota, assinada por sete dos 11 titulares da comissão, sugere que as mortes representam um crime contra humanidade, morticínio e genocídio

Publicado em 19 de junho de 2021 às 19:26

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Reunião da CPI da Covid no Senado
Reunião da CPI da Covid no Senado: sete titulares e três suplentes assinaram a nota pela morte de 500 mil. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

A CPI da Covid divulgou na tarde deste sábado (19) uma nota na qual lamenta a marca de 500 mil mortes em decorrência da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Os senadores afirmam que há culpados por essa situação e, que no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente.

O texto ainda sugere que as mortes representam um crime contra humanidade, morticínio e genocídio.

Embora não cite nominalmente o presidente Jair Bolsonaro, cita erros, omissões, desprezos e deboches. A palavra "deboche" foi usada em diversos momentos pelos integrantes do colegiado, em particular pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) para descrever algumas falas do presidente a respeito da pandemia.

"Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente", afirma o texto da nota.

"Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens", completa a nota.

O texto da nota é assinado por sete dos onze senadores titulares da comissão, além de três dos sete suplentes. Assinam, por exemplo, a cúpula da comissão, formada pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM), Renan e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A nota também afirma que esse sábado é uma data "dolorosamente trágica" e transmite os mais profundos sentimentos ao país e aos familiares dos mortos.

"Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos. Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas, com bom-senso, escolhas acertadas e respeito à ciência", afirma a nota.

SEGUNDO PAÍS A SUPERAR A MARCA

O Brasil chegou na tarde deste sábado a 500.020 mortes em decorrência da Covid-19, o segundo país do mundo a ultrapassar a marca de meio milhão de vidas perdidas. Antes dele, os Estados Unidos superaram essa cifra e, no dia 15 de junho, passaram de 600 mil óbitos. A diferença é que, por lá, mais de 148 milhões de norte-americanos (45% da população) estão imunizados; por aqui, são cerca de 24 milhões de brasileiros (11% da população).

A marca foi lembrada na série de protestos contra o governo brasileiro em cidades do país. Em Brasília, uma grande faixa foi estendida no gramado em frente ao Congresso Nacional, em menção às "mais de 490 mil mortes". A CPI foi lembrada em cartazes dos manifestantes, que afirmavam que as conclusões da comissão precisariam resultar no impeachment do presidente.

Também neste sábado, a Casa Civil da Presidência divulgou um material com o balanço dos 900 dias do governo do presidente Jair Bolsonaro. A pasta ressalta que o governo já distribuiu mais de 110 milhões de doses das vacinas contra a Covid-19 para os Estados, o que "coloca o país em quarto lugar no ranking mundial de países que mais aplicam vacinas contra a Covid-19" e afirma que todos os brasileiros "que assim o desejarem" serão vacinados até o final do ano.

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O material não cita em nenhum momento a marca de 500 mil mortos.

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