Publicado em 27 de julho de 2023 às 19:16
BRASÍLIA - O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão de combate à lavagem de dinheiro, apontou "movimentações atípicas" e "incompatíveis", além de "indícios de lavagem de dinheiro", nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, principal ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).>
O relatório de inteligência financeira aponta "movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente", além de "transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade".>
O Coaf identificou ainda a ocorrência de "operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configuram artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais". O órgão também apontou "movimentações atípicas de recursos por agentes públicos".>
A informação foi revelada pelo O Globo e confirmada pela Folha de S.Paulo. O relatório de inteligência financeira também destacou o envio de R$ 367.374,56 no dia 12 de janeiro para os Estados Unidos – onde Cid e Bolsonaro estavam desde o dia 30 de dezembro do ano passado.>
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"Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio, e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se", diz o documento.>
O advogado de Cid, Bernardo Fenelon, afirmou em nota que "todas as movimentações financeiras do tenente-coronel Mauro Cid, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal.">
A defesa disse, por fim, que não ia entrar "no mérito" da questão porque as "manifestações defensivas são apenas realizadas nos autos do processo".>
Militar da ativa, Cid recebia salário mensal de R$ 21.319,53 em março de 2021. Em uma das contas bancárias, ele movimentou R$ 1,4 milhão em créditos e R$ 1,8 milhão em débitos entre 26 de julho do ano passado e 25 de janeiro deste ano.>
Em maio, o militar foi preso preventivamente no âmbito da investigação em torno da falsificação do cartão de vacinação dele, da esposa, da filha mais nova de Bolsonaro e do próprio ex-presidente. Ele está detido no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.>
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