Publicado em 30 de junho de 2023 às 10:22
SÃO PAULO - Responsável pelo voto no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que deve ser decisivo nesta sexta-feira (30) para formar maioria pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ministra Cármen Lúcia tem em seu histórico recente votos decisivos contra o ex-juiz Sergio Moro e a favor do presidente Lula e do deputado federal Aécio Neves (PSDB).>
Caso condenado, o Bolsonaro estará apto a se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos, ficando afastado portanto de três eleições até lá (sendo uma delas a nacional de 2026).>
No julgamento do TSE, o placar é de 3 a 1 contra o ex-presidente, dependendo de apenas mais um voto para a formação de maioria pela inelegibilidade. Faltam votar outros 3 integrantes do tribunal, nessa ordem: Cármen, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.>
A sessão do TSE foi interrompida e será retomada nesta sexta-feira (30), a partir das 12h.>
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Em março de 2021, justamente por causa da mudança do voto de Cármen, o STF concluiu pela parcialidade de Moro na condução do processo da Lava Jato que levou à condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).>
Na ocasião, por 3 votos a 2, a Segunda Turma do Supremo julgou procedente o habeas corpus em que a defesa do petista pedia a declaração da suspeição de Moro e decidiu anular a ação do tríplex — ficam nulos todos os atos do ex-juiz.>
Antes disso, em outubro de 2017, ela teve de desempatar a votação que acabou salvando o mandato do então senador Aécio Neves (PSDB-MG), suspeito de receber propina da JBS — o que ele nega. Ela votou no sentido de que, para o Supremo afastar um parlamentar do cargo, é preciso o aval do Legislativo.>
Nesta quinta-feira (29), na sessão do TSE que julga Bolsonaro, a ministra saiu em defesa do relator da ação, o ministro Benedito Gonçalves.>
Cármen interrompeu o ministro Raul Araújo, que lia um voto contrário à inelegibilidade de Bolsonaro e dizia não haver conexão entre a ação e a minuta de golpe encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres.>
Caso condenado, o ex-presidente estará apto a se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos, ficando afastado portanto de três eleições até lá (sendo uma delas a nacional de 2026).>
A sessão será retomada nesta sexta-feira, às 12h, justamente com o voto de Cármen. O placar atual é de 3 a 1 contra o ex-presidente, dependendo de apenas mais um voto para a formação de maioria pela inelegibilidade. Faltam votar Cármen, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.>
A ação do PDT foca a reunião em julho do ano passado com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada. Na ocasião, a menos de três meses da eleição, Bolsonaro fez afirmações falsas e distorcidas sobre o processo eleitoral, alegando estar se baseando em dados oficiais, além de buscar desacreditar ministros do TSE.>
"Não me pareceu que no voto do ministro relator tivesse nenhuma referência, nem de autoria e nem de responsabilidade, do primeiro investigado [com a minuta golpista]", disse Cármen.>
O primeiro investigado, como é chamado na ação, é Bolsonaro. "Eu por exemplo, no meu voto, nem uso este dado. Fiz um voto apenas da cena que é o objeto do cuidado [a reunião com embaixadores]", acrescentou.>
"Vossa excelência está excluindo alguma coisa, mas sem pertinência com o que o relator teria dito. Não sei se o ministro Benedito acolhe a minha compreensão no sentido de que vossa excelência não se manifestou sobre este documento, este rascunho, nem isso foi fundamento de voto. Só para ficar claro", disse Cármen, se dirigindo a Benedito.>
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