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Bolsonaro esteve em 84 reuniões sobre pandemia, diz governo à CPI da Covid

Bolsonaro esteve em 84 reuniões sobre pandemia, diz governo à CPI da Covid

Em média, o presidente teve cerca de uma reunião por semana desde  fevereiro do ano passado, quando o coronavírus começava a se espalhar pelo mundo

Publicado em 27 de maio de 2021 às 10:47

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07/05/2020 Reunião com Ministros da Casa Civil, Economia e o Presidente-Executivo do Instituto Aço Brasil
(Brasília - DF, 07/05/2020) Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro em reunião . (Marcos Correa/ PR)
Pedro Caramuru, colaborou Amanda Pupo

Documentos da Presidência da República entregues à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado mostram que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu-se 84 vezes para tratar do novo coronavírus desde que o assunto passou a fazer parte das preocupações do Executivo em fevereiro do último ano.

Em média, o presidente teve cerca de uma reunião por semana, ou uma reunião a cada 6,55 dias. A primeira delas aconteceu em 2 de fevereiro de 2020, quando o vírus começava a se espalhar pelo mundo e cerca de três semanas antes de desembarcar no Brasil.

Grande parte das reuniões, entretanto, concentrou-se no segundo trimestre do ano passado, no período de abril a junho de 2020. Neste período foram 34 reuniões realizadas, cerca de 40% do total. Só em abril, mês com mais encontros, foram realizados 21 com a participação de Bolsonaro para discutir o assunto. Em março, por exemplo, em três dias o presidente teve cinco encontros para discutir, por videoconferência, "governadores e pedidos de apoio para enfrentamento da crise".

Contudo, segundo mostram os documentos entregues, com o passar do tempo as reuniões foram ficando mais espaçadas. No terceiro trimestre de 2020, momento mais agudo da primeira onda, foram realizadas sete reuniões contra as mais de trinta do período anterior.

REUNIÃO SOBRE VACINAS EM SETEMBRO

Apesar de já terem sido feitas ofertas ao governo brasileiro para o fornecimento de vacinas contra a doença, a planilha do Palácio do Planalto acusa a primeira reunião para tratar de imunizantes em 8 de setembro. "36ª Reunião do Conselho de Governo: Vacinação e outros", registra o documento. Participaram do encontro Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o então chanceler Ernesto Araújo, bem como outros nomes da Esplanada dos Ministérios.

No quarto trimestre de 2020, o número de reuniões diminuiu mais e foram feitas cinco. O período marca as véspera das festas de fim de ano, início do recrudescimento da doença e da disponibilidade de vacinas. Apenas três reuniões foram feitas em outubro, duas em dezembro e nenhuma em novembro.

Em comparação, as primeiras doses da Coronavac, vacina testada e produzida pelo Instituto Butantan com parceiros chineses, para aplicação em massa, chegaram ao país em 19 de novembro. O anúncio de compra pelo governo federal, entretanto, só saiu em janeiro após aprovação de eficácia pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já no início deste ano, no pico da segunda onda e do colapso do sistema de saúde em Manaus os encontros voltaram a acontecer com mais frequência. No primeiro trimestre deste ano, foram 17 reuniões.

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