> >
Bolsonaro amplia reclusão e delega a Mourão tarefas do dia a dia

Bolsonaro amplia reclusão e delega a Mourão tarefas do dia a dia

Já nas redes sociais, também anda sumido do Twitter, mas posta diariamente em Telegram e TikTok

Publicado em 16 de novembro de 2022 às 15:05

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

Ricardo Della Coletta e Matheus Teixeira 

BRASÍLIA, DF - Recluso no Palácio da Alvorada desde que perdeu a eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) delegou ao vice Hamilton Mourão a tarefa de receber nesta quarta-feira (16) cartas credenciais de embaixadores estrangeiros que irão atuar no Brasil.

No início do governo, o mandatário fez cerimônias abertas para receber os diplomatas de outros países. Depois, passou a fazer solenidades fechadas e, agora, nem sequer deve participar do ato que marca oficialmente o início da missão dos embaixadores no Brasil.

Presidente Jair Bolsonaro pede fim de protestos nas rodovias
Presidente Jair Bolsonaro pede fim de protestos nas rodovias. (Reprodução de vídeo)

Está marcada para esta quarta-feira o recebimento das cartas dos embaixadores do México, Laura Beatriz Valdés; da Dinamarca, Eva Bisgaard Pedersen; da Finlândia, Johanna Karanko; de Myanmar, Aung Kyaw Zan; do Nepal, Nirmal Kafle; e da Argentina, Daniel Scioli.

Este último, por exemplo, é um político argentino de destaque e aliado de Alberto Fernández, presidente do país vizinho que é alinhado internacionalmente ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele esteve, por exemplo, no encontro que Fernández teve com o petista em São Paulo um dia após a eleição deste ano.

Scioli já foi embaixador no Brasil, mas havia deixado o cargo para assumir na Argentina o Ministério do Desenvolvimento Produtivo. No entanto, ele ficou poucos meses à frente da pasta e foi nomeado novamente para representar o governo argentino no Brasil.

Bolsonaro, por sua vez, tem preferido evitar contatos locais e internacionais desde que perdeu o pleito, no fim de outubro. Mais de duas semanas após a derrota, o presidente foi apenas duas vezes ao Palácio do Planalto.

A primeira foi no dia seguinte à eleição, quando teve encontro com Paulo Guedes (Economia) e outros ministros.

Em 3 de novembro, teve uma passagem relâmpago pelo Planalto: foi cumprimentar o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que estava no local para a primeira reunião da transição com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Na ocasião, segundo relatos obtidos pela Folha de S.Paulo, pediu a Alckmin que ele "livrasse o Brasil do comunismo".

Também fez apenas dois pronunciamentos depois da vitória de Lula. Ele comentou movimentos antidemocráticos de seus apoiadores em frente a quarteis generais e repreendeu o bloqueio de rodovias, mas disse que as mobilizações são fruto de "indignação" e "sentimento de injustiça".

Pouco depois, divulgou um vídeo para pedir que seus apoiadores desbloqueassem vias obstruídas em diversos estados.

Redes sociais

Afastado de Twitter e Instagram desde que perdeu a disputa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) tem postado diariamente em Telegram e TikTok.

O primeiro tem sido utilizado para publicações detalhadas a respeito de programas mais específicos do governo federal. Nesta terça-feira (15), por exemplo, compartilhou material a respeito de novo curso de qualificação profissional lançado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

O perfil de Bolsonaro no TikTok tem exaltado supostos feitos do governo federal de maneira mais genérica, como "água para o Nordeste" e "casa própria", e tem mostrado imagens de arquivo do presidente com apoiadores em eventos.

Os perfis de Bolsonaro em Twitter e Instagram são mais antigos e são administrados pelo seu círculo mais íntimo, especialmente Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Recentemente, o perfil do presidente no Instagram deixou de seguir o da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que então disse que não é Bolsonaro que administra a página.

O Twitter era a rede social em que Bolsonaro tinha comportamento mais informal e agressivo, na qual respondia a seguidores de maneira mais descontraída e atacava adversários.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais