Publicado em 3 de agosto de 2025 às 14:34
Bolsonaristas realizam atos espalhados pelo país neste domingo (3) contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o presidente Lula (PT).>
Manifestações foram programadas em ao menos 20 capitais em todas as regiões do Brasil. Cidades do interior também têm atos, marcados também por exaltações ao presidente dos EUA, Donald Trump. O principal ato, em São Paulo, está previsto para começar à tarde.>
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode participar porque, desde o último dia 18, tem que cumprir medidas restritivas impostas por Moraes, como usar tornozeleira eletrônica e não sair de sua casa, em Brasília, aos fins de semana.>
Ele acompanha de casa e afirmou em mensagem divulgada em lista de transmissão: "obrigado a todos", "pela nossa liberdade". Um vídeo mostra o ex-presidente vendo pelo celular o ato em Belém, onde a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou.>
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Parlamentares do PL no Pará foram os primeiros a discursar, com falas contra Moraes, Lula e o governador do estado, Helder Barbalho (MDB).>
O governador do Rio de Janeiro Claudio Castro (PL) participou do ato em Copacabana, que ocupa dois quarteirões da orla da avenida Atlântica.>
O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) puxou gritos de "Magnitsky" e pediu anistia aos presos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.>
A presença de outro carro de som na orla, também com bolsonaristas, dividiu parte do público.>
Em Salvador o ato começou às 9h, no Farol da Barra. Deputados também discursam contra o STF, Lula e o governador baiano Jerônimo Rodrigues (PT).>
Em Belo Horizonte, bolsonaristas se reuniram na praça da Liberdade e discursaram no tom de que o STF é inimigo. Uma faixa estendida no carro de som dizia, em inglês, "Leave Bolsonaro alone" (Deixe Bolsonaro em paz).>
Parlamentares bolsonaristas, como os deputados Filipe Barros (PL-PR), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), anunciaram os atos pelas redes sociais, sob o slogan "Reaja, Brasil".>
Os atos acontecem quatro dias depois de o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciar imposição de sanções financeiras a Moraes, com base na Lei Magnitsky.>
As sanções são ligadas à pressão pela interrupção da ação penal que julga Bolsonaro por tentativa de golpe e são incentivadas, sobretudo, pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).>
Na sessão do STF de sexta (1°), a primeira desde a sanção, Moraes classificou como "covardes e traiçoeiras" as ações do governo americano e disse haver "traição à pátria", direcionando sua reação principalmente a Eduardo Bolsonaro.>
Em Brasília, os manifestantes se reuniram próximos à sede do Banco Central, com um carro de som. Como sempre, carregando adereços verdes e amarelos e com a bandeira do Brasil. Também houve bandeiras dos Estados Unidos e de Israel.>
Alguns trouxeram faixas contra o ministro Alexandre de Moraes, outros contra Lula. Uma série de bolsonaristas trouxeram a frase "Thank you Trump" (obrigado Trump, em inglês), em apoio às atitudes do presidente dos EUA.>
Também houve diversas manifestações de apoio a Bolsonaro e outros aliados que foram alvo do STF, como Daniel Silveira. Também pediam a anistia, a revogação do IOF, além de fazerem menções positivas à Lei Magnisky. Os bolsonaristas também incentivavam os carros que passavam para buzinar, em apoio ao ato.>
Os discursos contaram apenas com personagens do segundo escalão do bolsonarismo, como a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) ou o senador Izalci Lucas (PL-DF) que até 2024 estava no PSDB, quando se filiou ao partido de Bolsonaro.>
Diante de forte sol no Eixão, principal via da capital federal, os manifestantes também buscaram sombras para se proteger do calor o ato não chegou a ocupar o equivalente a uma superquadra da avenida.>
Procurada, a Polícia Militar do Distrito Federal disse que não divulga estimativas de público para este tipo de evento o número de pessoas presentes em atos da direita e da esquerda virou motivo de tensão nas últimas manifestações, com diversos cálculos sendo criticados por opositores.>
No Sudeste, atos foram marcados para São Paulo e cidades do interior, além de Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vila Velha (ES).>
Também há manifestações programadas para as capitais do Sul (Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis), Centro-Oeste (Goiânia, Campo Grande, Cuiabá e Brasília) e Nordeste (Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, João Pessoa, Natal, Teresina, Aracaju e Maceió).>
A marcação de atos em diferentes cidades, segundo bolsonaristas, seria uma tentativa de tornar mais acessíveis as manifestações e que parlamentares possam ter protagonismo em seus redutos.>
Reservadamente, organizadores temem que os atos sejam esvaziados. Primeiro, identificam cansaço da base, que, aos poucos, tem participado menos de mobilizações nas ruas. Segundo, devido à ausência de Jair Bolsonaro.>
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