Publicado em 7 de abril de 2023 às 13:59
BLUMENAUS, SC - A cidade de Blumenau (SC) está em luto em plena Sexta-Feira Santa (7) e prepara uma série de homenagens para às quatro crianças mortas no ataque à creche Cantinho Bom Pastor, na quarta-feira (5).>
A programação religiosa deve, inclusive, incluir orações para crianças. Enquanto isso, moradores da cidade, inclusive de bairros distantes, chegam a todo momento em frente à creche, onde há dezenas de velas e flores.>
Na manhã desta sexta, dezenas de motociclistas percorreram as ruas da em um ato em homenagem às vítimas. >
Motoristas de veículos de guinchos também participam, com placas de luto coladas nos vidros dos veículos.>
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Com balões brancos amarrados nas motos, os motociclistas seguiram por ruas da cidade em buzinaço. Na região central, eles paralisaram o ato para fazer uma oração e um minuto de silêncio.>
Motoboy há sete anos, Jean Pereira conta que eles resolveram organizar o ato porque souberam que o homem de 25 anos que matou as crianças também trabalharia com moto.>
"Como envolveu a nossa categoria, como o rapaz era motoboy, a gente quis mostrar para o povo que a gente não é deste nível, que a gente repudia qualquer tipo de violência", disse Pereira.>
O motoboy Lenon Roncalio disse que já viu o agressor, mas que nunca chegaram a conversar. "A gente resolveu fazer um pedido de desculpa à população. Porque a gente depende disso, do serviço da moto. Não somos monstros. Estamos fazendo nosso trabalho. Somos pais de família", afirmou.>
Por volta das 10h30, a carreata chegou à creche. De mãos dadas, o grupo fez uma oração na rua em frente.>
Também houve aplausos em homenagem às vítimas, e balões brancos foram soltos.>
De idades entre 4 e 7 anos, Bernardo Pabst da Cunha, Bernardo Cunha Machado, Larissa Maia Toldo e Enzo Barbosa tinham em comum o fato de serem filhos únicos e de terem sido todos "muito desejados pelos pais", relatam pessoas próximas. Outras quatro crianças feridas no ataque precisaram ser hospitalizadas e tiveram alta médica.>
O Cantinho Bom Pastor é tocado há quase 15 anos por um casal. O dono do espaço, Aparecido Albertoni Vicente, trabalha de motorista, levando e buscando quase 30 crianças todo dia, das 6h30 até as 19h30.>
"Os dois Bernardos e a Larissa estavam desde bebês com a gente. O Enzo entrou este ano. Eles eram todos tranquilos, participavam de tudo. A gente é uma família aqui", conta ele.>
Os corpos das quatro vítimas foram enterrados nesta quinta-feira (6) sob forte comoção, além de orações e aplausos. O grupo de motoboys enviou coroas de flores para os velórios das quatro crianças.>
Desde o início da noite de quarta, a despedida das vítimas gerou uma vigília na porta da escola e reuniu familiares e moradores da cidade no velório.>
O ataque ocorreu na manhã de quarta. Segundo as investigações, o homem de 25 anos chegou à escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.>
O autor não tem aparentemente nenhuma ligação com a creche, conforme a apuração. A motivação para o ataque ainda é investigada, mas, para a polícia, trata-se de um "caso isolado", não conectado a outros atentados.>
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