Publicado em 25 de maio de 2021 às 18:55
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), avaliou nesta terça-feira (25) que o presidente Jair Bolsonaro está em seu pior momento de governo e que, por isso, as pesquisas refletem a desvantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o qual vê em seu melhor momento. >
O próprio Bolsonaro se referiu a seu principal adversário político na manhã desta terça e, irritado com uma apoiadora na saída do Palácio da Alvorada, respondeu: "Quem não tá contente comigo tem Lula em 22 aí". >
Lira participou da 22ª edição da CEO Conference Brasil, do banco BTG Pactual, na manhã desta terça. Segundo o deputado, as pesquisas que foram divulgadas até agora são um "retrato do momento". >
A última pesquisa Datafolha, divulgada em 12 de maio, mostrou Lula à frente de Bolsonaro, com 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% do atual presidente. Num eventual segundo turno contra Bolsonaro, Lula levaria ampla vantagem, com uma margem de 55% a 32%. >
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"Nós estamos numa complicação de vacina, numa ausência que passou-se três meses sem o auxílio emergencial, com a população mais carente privada. Então, na minha visão, rapidamente, o presidente Bolsonaro está no seu pior momento e o candidato e ex-presidente Lula está em seu melhor momento.">
Para Lira, fazer uma análise de quem vai estar melhor ou pior daqui a um ano é muito relativo. >
"Acho que as coisas têm que andar na sua normalidade. Acho que é normal de todo mundo discutir quem vai ser o próximo governante no Brasil, mas eu penso ainda que é momento de nós trabalharmos para estruturarmos o nosso país para qualquer um que ganhe a eleição tenha melhores condições de governar do que no momento.">
O presidente da Câmara também disse não acreditar em terceira via no país para a disputa ao Planalto do ano que vem. >
"Não houve [terceira via] desde 1989", afirmou. "A terceira via ela chega ali...o mais próximo que ela chegou foi, se eu não me engano, numa eleição da Marina [Silva] numa eleição e na outra ela já dissolveu como candidata, chegando atrás, inclusive, daquele ex-deputado Daciolo.">
"Nessa eleição, com a polarização que existe, eu não acredito que vá haver terceira via, porque os dois vão convergir ao centro, e o centro vai escolher qual o melhor dos dois para governar em 2022.">
Lira afirmou que a polarização que existe hoje é a mesma que existiu durante muitos anos entre PSDB e PT. "E nem por isso a gente falava de extremismos", afirmou. >
"A gente tem que afastar essa ideia de que o Brasil vive de extremos. A polarização existe hoje e eu creio que por parte do PT, que ainda faz a polarização e do governo que ocupou o lugar do PSDB.">
O deputado também comentou a possibilidade de Bolsonaro migrar para seu partido, o PP. "Esses assuntos partidários eu deixo sempre para o presidente Ciro [Nogueira], para não ter conflito de instâncias", disse. >
Mais cedo, Bolsonaro também abordou o tema e disse não ver hora de decidir o partido. "Mas não é decisão minha né?", disse o presidente a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada. >
Respondendo ao comentário de um simpatizante, Bolsonaro disse: "O partido sendo meu eu aceito a indicação tua. Ninguém quer entregar o osso aí para a gente. Querem entregar só o casco do boi". >
Ele também disse que o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) é "um bom nome" para concorrer a um cargo eletivo no Rio Grande do Norte, mas que não sabe se seu auxiliar "vai disputar alguma coisa". >
Por último, Bolsonaro voltou a levantar a possibilidade de o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) se candidatar para o Governo de São Paulo no ano que vem. "Tarcísio está pensando em ser governador de São Paulo. Eu acho que leva em São Paulo", disse. >
Ainda na CEO Conference Brasil, Lira avaliou que o ministro Edson Fachin (STF) acertou ao anular as condenações de Lula. "Eu deixei claro que houve excessos na Lava Jato", disse. "Eu não sei, e ainda hoje tenho quase que certeza que o ex-juiz [Sergio] Moro, num país mais duro, teria uma pena muito rígida." >
"Os erros que foram cometidos de parcialidade são inadmissíveis para uma Justiça que tem a obrigação de ser parcial, que tem a obrigação de manter o direito de defesa, o direito do estado democrático intocáveis no Brasil e em qualquer parte do mundo." >
O presidente da Câmara também defendeu o voto impresso auditável, como consta em uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) analisada em comissão especial na Câmara. Segundo ele, poderia haver uma amostragem de até 10% de urnas escolhidas aleatoriamente. >
"Muito pior do que isso é ter um resultado de eleição questionado", afirmou, ressaltando não ter "notícia de fraude, de erro, de qualquer fato grave" que desqualifique o atual mecanismo. >
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