SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cássia Oliveira Silva morava em um sitio e a onda de lama passou a poucos passos da sua casa. Os fundos de seu terreno terminam no Córrego do Feijão, no vale por onde a lama desceu, levando consigo a horta e um pequeno pasto onde estavam um cavalo e uma vaca.
A casa ficou de pé, mas tudo em volta agora é barro. Em frente à residência, um morrote serviu de abrigo para a família composta por três crianças, entre sete e dez anos, sobrinhas de Cássia, e sua mãe, uma idosa com problemas na bacia e dificuldades para caminhar.
O sítio está a uma distância da barragem de rejeitos que foi suficiente para que ela fosse avisada do rompimento com alguma antecedência. Recebeu o aviso por telefone, de uma vizinha, e correu para cima do morro com a família sem levar pertences, de onde viu a onda de lama passar.
"Primeiro, levantou um poeirão. Depois foi quebrando tudo, fazendo um barulho que entrava pelo ouvido, pelo peito e pela barriga. Fazia tremer tudo, o chão, o capim e a gente", disse Cássia, que aguardava com a família o ônibus que as levaria para um hotel em Brumadinho.
A casa está na área de maior risco, chamada de zona vermelha pelos bombeiros, em caso de rompimento das demais barragens que ainda persistem no Córrego do Feijão.
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