Estamos na Semana da Advocacia e vale lembrar que o direito perpassa a vida de cada pessoa, de cada leitor deste artigo. O Judiciário é a última instância da cidadania e cabe à advocacia acompanhar o cidadão na busca de seus direitos. Acredito que com tecnologia e boas ideias esse percurso pode ser mais ágil para ambas as partes.
Ferramentas digitais disponibilizadas pela chamada Indústria 4.0 se tornaram cada vez mais presentes na rotina de advogados e advogadas. Segundo a consultoria Gartner, que trabalha com mais de 10 mil empresas, a expectativa é de que o orçamento para tecnologia aplicada para fins legais seja triplicado até 2025.
Relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em 2020 prevê que, nos próximos quatro anos, 50% dos trabalhadores que permanecerem em suas funções precisarão de requalificação e 80% dos executivos estão acelerando os planos para digitalizar processos de trabalho e implantar novas tecnologias.
A inteligência artificial surge como uma possibilidade em diversas áreas do Direito e da vida. Na advocacia, permite não apenas agilidade na análise e obtenção de dados, mas também impacta em facilidades na gestão dos escritórios e rotinas profissionais. É possível melhorar a prestação jurídica e se livrar, por exemplo, de tarefas repetitivas. Investir na automação de atividades permite liberar espaço na rotina para ações que realmente exijam reflexão e tomada de decisão.
Em um contexto de perdas econômicas e de postos de trabalho no período de pandemia, deve ser compromisso de cada instituição que atua em prol da advocacia facilitar o acesso a essas soluções tecnológicas que promovem redução de custos e aumento de produtividade.
Acredito que a advocacia deve ser a protagonista em seu próprio desenvolvimento, por isso a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) precisa atuar pela democratização de novas tecnologias (tornar acessível a todos), bem como incentivar a criação de melhorias digitais que tragam benefícios reais ao dia a dia da categoria.
Promover e incentivar as mentes disruptivas em suas capacidades máximas de desenvolvimento deve fazer parte da instituição que tem como uma das funções elevar a nossa profissão à prosperidade e ao respeito, afinal, no triângulo legal, deveríamos ser a função que busca incessantemente a produtividade e a inovação com mais ênfase e não ser levados a reboque.
Penso inclusive que a democratização do acesso às novas tecnologias por advogados e advogadas deve enriquecer o debate que a categoria irá participar ao longo dos próximos meses no processo eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Espírito Santo (OAB-ES), que terá eleições em novembro. Nesta toada, acredito que a Escola Superior da Advocacia (ESA) tem função primordial de reformatar completamente suas escolhas e programas, promovendo circuitos e cases que busquem potencial máximo de desenvolvimento tecnológico para cada advogado e advogada.
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A transformação tecnológica é inevitável, pois a jurisdição digital nos impõe e o mercado nos exige. Mas esse processo de inovação que permite maior produtividade com mais assertividade deve ser também inclusivo, democrático e compromissado com a ética e transparência. Vale sempre lembrar que o protagonismo do profissional do Direito jamais será substituído pela tecnologia, será sim impulsionado por ela. Entre ficar no passado e olhar para o futuro, é o momento da advocacia capixaba dar o próximo passo.
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