Danilo Oliveira da Silva*
No século XVI, São Camilo de Lellis, religioso italiano, iniciou um trabalho de organização dos hospitais onde, séculos depois, evoluiriam para se tornar uma ciência acadêmica. O administrador hospitalar é um profissional de gestão em saúde que, diariamente, dedica seus conhecimentos para melhorar a condição de vida das pessoas.
No entanto, administrar um hospital é uma tarefa desgastante e esses profissionais devem se atentar ao impacto que situações do macrossistema de saúde exercem nos hospitais que gerenciam, considerando os problemas que afetam e afetarão o sistema de saúde no Brasil e da América Latina, como: envelhecimento da população, mudança do perfil epidemiológico, catástrofes naturais e processos migratórios.
O gestor tem a tarefa de organizar, coordenar e controlar o hospital, conciliando recursos humanos, financeiros e físicos, sempre tendo como principal objetivo recuperar e cuidar da saúde do paciente. Além desta complexidade interna, o mundo moderno exige que os administradores hospitalares estejam conectados com o seu entorno e tenham uma visão ampla e estratégica a curto, médio e longo prazo.
Somados a estes fatores, também é vital acompanhar com atenção as inovações e tecnologias que podem impactar significativamente os sistemas de saúde nos próximos anos, com destaque para a nanotecnologia, a ciência quântica e a robótica.
Em entidades públicas ou privadas, a atuação deste profissional, em especial nas regiões mais carentes do país, tem tido impacto significativo no sistema de saúde brasileiro. Mais do que isso: tornar os serviços de saúde e hospitais mais eficientes, humanos e com qualidade assistencial tem ajudado cuidar e salvar milhares de vidas.
Para o padre Niversindo Antonio Cherubin, primeiro presidente da Pró-Saúde, entidade sem fins lucrativos com o maior quadro de administradores hospitalares do país, esse profissional é alguém apaixonado que coloca a unidade que administra em absoluto destaque. “É a paixão por servir o outro”, como acrescenta, ainda, o atual presidente, Dom Eurico dos Santos Veloso.
Mesmo diante de todos estes desafios, tecnologias inovadoras e conhecimento técnico, a essência da atividade do administrador hospitalar continua sendo a mesma ensinada por São Camilo de Lellis: o amor, dedicação e cuidado com o doente, em especial os mais necessitados.
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*O autor é administrador hospitalar, mestre em Administração e doutorando em Saúde Pública
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