Segurança e mudança política são o norte da representação parlamentar

Sem um passado político, meu mandato deve ser participativo, priorizando temas que havia debatido em campanha

Publicado em 22/07/2019 às 19h29

Marcos do Val é senador do Espírito Santo pelo PPS

Marcos do Val*

Eleito senador da República pelo Espírito Santo, com quase 25% dos votos válidos, procuro cumprir meu mandato com dedicação. Faço isso por por estar consciente de que recebi missão importante de cada um dos 863.359 cidadãos capixabas que me confiaram seu voto.

Conquistei o meu mandato como resultado de um anseio por mais segurança e por mudanças na política e no conceito de representação parlamentar. O sistema estava em colapso. A sociedade estava cansada, não se sentindo mais representada pelas velhas raposas.

Nesse contexto, as eleições de 2018 traduziram de forma clara esse sentimento. O índice de renovação na Câmara Federal, por exemplo, chegou a 47,37% (foram eleitos 243 novos deputados), e no Senado alcançou a marca de 85%, se considerarmos os 2/3 de mandatos que estavam sendo renovados. Entre os novos senadores, 30% eram estreantes na política (percentual em que me incluo).

Sem um passado político, meu legado profissional é como consultor na área de segurança e como instrutor na SWAT, o grupo de operações táticas das polícias americanas. Assim, meu mandato deveria necessariamente ser participativo, tendo como base o trabalho em equipe e a priorização de temas que havia debatido em campanha.

Desde que tomei posse, em fevereiro deste ano, já apresentei 21 projetos de lei. Participo de dez Comissões Permanentes, entre elas a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da qual sou vice-presidente. Ao mesmo tempo, recebi a relatoria de projetos importantes e polêmicos. Destaco os PDLs das Armas (Decreto do presidente Bolsonaro) e o Projeto de Lei mais extenso do Pacote Anticrime, cujo relatório foi apresentado à Comissão de Constituição e Justiça na semana passada.

Neste caso, trabalhei para preservar a essência da proposta do ministro Sergio Moro, mas também para aperfeiçoá-la em alguns pontos. Meu relatório resultou do diálogo com diversos segmentos da sociedade, pois assim se faz a nova política que tanto defendo.

Uma das alterações significativas que proponho diz respeito à chamada “exclusão de ilicitude”. Depois de ouvir representantes de movimentos femininos, que temiam o incentivo deste artigo à prática do feminicídio, optei por excluir do texto o termo “violenta emoção” e ainda deixei claro que o dispositivo não se aplica a casos de violência contra mulheres.

Posso dizer, portanto, que esse resultado me deixa com a consciência tranquila do dever cumprido. Estou aqui para representar a boa política, exercida com ética, transparência e espírito público, e para honrar a confiança daqueles que votaram em mim, como também dos que não votaram.

*O autor é senador

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