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Privacidade de dados: WhatsApp volta a ameaçar seus usuários

Quem não aceitar nova política pode ter conta excluída. Se um serviço ou aplicativo afirma ser gratuito, não se esqueça de que você provavelmente está pagando por ele cedendo informações pessoais

  • Vivaldo José Breternitz
Publicado em 06/03/2021 às 02h00
WhatsApp anunciou nova política de privacidade de dados
WhatsApp anunciou nova política de privacidade de dados. Crédito: HeikoAL/ Pixabay

Muito criticado após anunciar sua nova política de privacidade, inclusive tendo adiado sua implementação em função delas, o WhatsApp passou as últimas semanas sem tocar no assunto. Agora, a empresa volta ao tema, revelando o que vai acontecer aos usuários que não aceitarem as novas regras até 15 de maio: suas contas a princípio não serão excluídas, mas eles não poderão usar todas as funcionalidades do aplicativo.

Além disso, os usuários que não aceitarem os termos até 15 de maio serão considerados inativos e, após 120 dias, terão suas contas excluídas. O conteúdo armazenado localmente no dispositivo do usuário antes da exclusão permanecerá até que o aplicativo seja removido do dispositivo.

Segundo o WhatsApp, em um primeiro momento a nova política de privacidade não afeta os usuários que usam a ferramenta apenas para trocar mensagens de caráter pessoal, elas impactarão apenas as empresas que usam o aplicativo em seus negócios.

O WhatsApp também tenta tranquilizar os usuários dizendo que não tem planos de compartilhar dados pessoais com seu controlador, o Facebook, embora seja difícil crer nessa afirmação.

Pesquisa recente detectou que 62% dos usuários brasileiros não pretendem deixar o WhatsApp, enquanto 40% acham que a nova política não muda muito sobre o que já é coletado em termos de dados pessoais; 26% acreditam que as novas condições são desrespeitosas e invasivas. Entre os que pretendem deixar o WhatsApp, 65% migrariam para o Telegram e 26% para o Signal. A ver se os fatos confirmarão os resultados da pesquisa.

Esse episódio confirma o velho ditado: "não existe almoço grátis". Se um serviço ou aplicativo afirma ser gratuito, não se esqueça de que você provavelmente está pagando por ele cedendo seus dados.

O autor é doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie

* Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta

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