
Marcos Kneip Navarro*
Em 29 de setembro, comemora-se o Dia Mundial do Petróleo. É uma ótima oportunidade para refletirmos sobre a importância desse insumo no conjunto da economia capixaba. O petróleo modificou o perfil econômico do Espírito Santo, principalmente a partir dos anos 2000. Embora a exploração no Estado tenha se iniciado em 1957, foi a partir da virada do século, com a descoberta das reservas no pré-sal, que o setor experimentou um crescimento expressivo.
E com um detalhe importante: o Espírito Santo foi pioneiro na exploração dessa camada. Devido ao grande potencial das águas profundas e ultraprofundas, principalmente nos limites da camada do pré-sal, nossas reservas submarinas representam 97,3% do volume total já identificado no Estado.
Para se ter uma ideia do quanto o setor petrolífero cresceu entre nós, basta lembrar que, em 2006, a produção de petróleo no Estado representava apenas 3,6% do total nacional. Em 2018, alcançou o patamar de 12% e, mesmo com as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, passamos de 80 milhões de barris/ano, em 2010, para 122,3 milhões barris/ano em 2018. Um impressionante crescimento de 52,8%.
Responsável por 24% do PIB capixaba, o segmento de petróleo e gás tem o Espírito Santo na posição de terceiro maior produtor do país, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. E se considerarmos apenas o petróleo, somos o segundo no ranking nacional.
As perspectivas em torno da cadeia do petróleo e gás natural movimentam negócios, atraem investimentos e geram boas oportunidades para os investidores, como no setor naval e de logística para atendimento às atividades de exploração e produção, entre tantas outras. Além disso, as expectativas do setor onshore são muito animadoras, o que pode garantir novo impulso às empresas capixabas que atuam no segmento. É por isso que, no governo do Estado, agimos estrategicamente para tornar o setor um indutor do desenvolvimento estadual.
Foi essa atenção que fez com que o Espírito Santo obtivesse êxito na intervenção em que reivindicou à ANP a participação especial da unificação do Parque das Baleias. Assim, foi redefinido o traçado do novo Campo de Jubarte, que rendeu ao Estado cerca de R$ 1,5 bilhão em valores retroativos e entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões por ano, possibilitando a implantação de um fundo destinado a financiar obras de infraestrutura e a criação do Fundo Soberano, uma iniciativa inédita no país, com potencial para mudar – ainda mais e para muito melhor – o perfil socioeconômico capixaba.
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*O autor é secretário de Estado de Desenvolvimento
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