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É advogada, pós-graduada em Pericias Forenses e autodidata no estudo da Psicopatia

O que a ponerologia tem a ver com o conflito na Ucrânia

O que o mundo tem vivido mais uma vez é algo já visto antes, um grupo tentando se defender das ideias impostas por outro grupo, e para isso é obrigado a usar de meios eficientes

  • Raquel Barros Rodrigues Wiorek É advogada, pós-graduada em Pericias Forenses e autodidata no estudo da Psicopatia
Publicado em 24/03/2022 às 15h35
Em vídeo, o presidente russo, Vladimir Putin, faz elogios a
Vladimir Putin iniciou invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. Crédito: Reuters/Folhapress

Muito provavelmente você nunca ouviu falar em ponerologia, mas permita-me apresentar um pouco do tema. Segundo o autor polonês Andrzej Łobaczewski (Andrew Lobaczewski), a ponerologia utiliza o progresso científico, principalmente no ramo da biologia, psicopatologia e psicologia, para esclarecer e analisar a gênese do mal, ou seja, a ponerologia visa estudar o mal principalmente no poder.

O que o mundo tem vivido mais uma vez é algo já visto algumas vezes antes, um grupo tentando se defender das ideias impostas por outro grupo, e para isso é obrigado a usar de meios eficientes que aqui são armas e o próprio combate.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, iniciou no dia 24 de fevereiro de 2022 uma guerra ideológica passando informações errôneas para justificar uma invasão ao país vizinho. Uma forma sórdida de tratar os demais como meros realizadores de suas vontades de forma que ele fique seguro e conquiste o que entende ser o melhor, independentemente das consequências.

Dessa forma, ele não pensa nem no povo russo e muito menos no povo ucraniano, os dois lados sofrem. A ponerologia explica como se faz uma “contaminação ideológica”: primeiro uma distorção moral, infiltram conteúdos externos e doutrinários e isso abre caminho para manobrar um grupo. Após esse momento, vem a fase macabra, das tragédias sangrentas, revoluções e guerras. Exatamente esse mesmo “modus operandi” foi utilizado para justificar a invasão ao país vizinho.

Nesse contexto há quem diga que os russos também estão lá por vontade própria, e ainda há os casos de abusos (em todos os sentidos da palavra). Sim, alguns estão, afinal não temos psicopatas apenas no poder maior, temos eles em todas as escalas da sociedade, mas não são a maioria e não podemos e nem devemos os sobrepor às boas pessoas. O maior culpado,  que deve carregar a culpa das inúmeras atrocidades já ocorridas e que ainda virão, é o presidente da Rússia, pois iniciou uma guerra com mentiras.

Mas então qual seria a melhor forma de se defender? O que já temos visto, com a informação. A informação e a educação são a melhor saída. Hoje com a internet e as redes sociais a informação real corre o mundo todo em pouquíssimo tempo, não é mais fácil manobrar uma nação inteira, e por isso podemos ver pessoas protestando na própria Rússia (onde é ilegal protestar contra o governo), vemos protestos em vários países por mais distantes geograficamente que estejam.

A informação e a boa educação ainda são as melhores armas. Os ucranianos ainda lutam afinal estão defendendo seu país e tudo que já conquistaram ao longo dos anos. O que nós aprendemos com isso é que o mal existe e devemos estar preparados para identificar e nos proteger dar melhor forma possível.

Desejo à Ucrânia que vença o mal, seja ele na figura de um presidente de um país vizinho, seja ele de onde vier.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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