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É jornalista, especialista em comunicação médica e diretora de conteúdo da Atha Comunica

Novos caminhos para a propaganda e publicidade da medicina

Um dos aspectos mais importantes dessa nova resolução é a permissão para a divulgação de casos "antes e depois", contanto que não identifiquem o paciente

  • Thaiana Gomes É jornalista, especialista em comunicação médica e diretora de conteúdo da Atha Comunica
Publicado em 19/09/2023 às 15h34

O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou, em 12 de setembro, uma atualização significativa nas normas que regem a publicidade médica, abrindo caminhos para um uso mais amplo das redes sociais na promoção dos serviços médicos e permitindo maior participação dos profissionais em peças publicitárias.

Essa nova resolução representa um avanço, reforçando a necessidade de abordagens éticas na comunicação médica e, por conseguinte, o respeito ao paciente.

O marketing na área da saúde é um território complexo e delicado. Por um lado, é crucial que os pacientes tenham acesso a informações pertinentes sobre sua saúde, tratamentos disponíveis e alternativas. Por outro lado, se não for conduzido com responsabilidade e ética, pode levar a promessas ilusórias, disseminação de informações incorretas e, em última instância, prejudicar a saúde dos pacientes.

Um dos aspectos mais importantes dessa nova resolução é a permissão para a divulgação de casos "antes e depois", contanto que não identifiquem o paciente. Essa prática é comum em perfis médicos nas redes sociais, mas até então não estava autorizada pelo conselho. A atualização das normas nesse sentido é um reconhecimento da relevância de utilizar exemplos visuais para educar os pacientes, desde que a identidade e a privacidade deles sejam respeitadas.

Outro ponto relevante diz respeito à publicidade de procedimentos e tratamentos médicos. Os pacientes têm o direito de receber informações claras e precisas sobre as opções de tratamento disponíveis. No entanto, essa divulgação deve ser acompanhada de uma explicação equilibrada sobre os riscos e benefícios associados a cada procedimento. Essa abordagem capacita os pacientes, permitindo que tomem decisões informadas e seguras sobre sua saúde.

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Médico. Crédito: Freepik

É fundamental enfatizar que a nova resolução não tem como objetivo restringir a comunicação médica, mas sim promovê-la de maneira ética e responsável. Nesse contexto, quando os profissionais da saúde optam por utilizar serviços de comunicação terceirizados, é crucial que as equipes se comprometam a produzir e compartilhar informações precisas, compreensíveis e em conformidade com os princípios éticos da medicina. Essas equipes devem ser capazes de traduzir a complexidade da medicina em linguagem acessível, fortalecendo a relação entre médico e paciente, respeitando as diretrizes do CFM.

Para compreender a relevância dessa abordagem ética, é fundamental lembrar que a saúde não é uma mercadoria; é um direito humano fundamental. Os pacientes não devem ser tratados como simples consumidores, mas como indivíduos em busca de cuidados e orientações confiáveis para preservar ou melhorar sua qualidade de vida.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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