O Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é um momento oportuno para atrair a atenção para um assunto fundamental para a vida das pessoas e do planeta. Mas o alerta que se faz é que preciso ir muito além de uma data no calendário se queremos ver mudanças culturais e comportamentais efetivas na forma como nos relacionamos com o ambiente à nossa volta.
O que vale para governos, para empresas, para comunidades e para as pessoas individualmente vale também para as escolas enquanto espaços de formação. Nelas, as questões ambientais devem ser uma pauta contínua, entendidas como parte essencial do processo de construção desse sujeito que está inserido em um ambiente que precisa de atenção e cuidado.
E não se trata apenas das florestas e de biomas localizados a milhares de quilômetros das casas das famílias que fazem parte da nossa comunidade escolar.
Esse indivíduo consciente e crítico começa a se formar ao ser instigado a observar e a utilizar o espaço à sua volta: o quintal da casa, a praia onde pratica esportes, o mar em que mergulha, o parque onde pedala e as ruas pelas quais circula. Frequentar esses espaços e torná-los parte da rotina, das vivências e experiências gera pertencimento, e pertencimento gera cuidado e respeito.
Além disso, é a partir do tangível que crianças da educação infantil e do ensino fundamental 1 assimilam, no seu tempo e ritmo, a importância da discussão, fazendo a ponte entre a teoria e a prática, entre a causa e o efeito, entre o individual e o coletivo. Quando se aprende que o plástico no mar pode matar as tartarugas, por exemplo, fica mais claro porque precisamos cuidar do lixo que eu e minha família produzimos ao ir à praia.
E envolver a família é outro aspecto fundamental para o qual a escola também pode — deve — contribuir, estabelecendo relações de efetiva proximidade e parceria, propondo atividades coletivas em espaços públicos e fazendo a conexão entre a casa, a escola, a rua, o bairro e a cidade.
Dessa forma, estaremos munindo esse indivíduo de ferramentas capazes de permitir mais à frente conexões elaboradas e de gerar a compreensão de que comportamentos individuais — como, por exemplo, o consumismo — repercutem em temas globais como as mudanças climáticas, as perdas de biodiversidade, a poluição do ar, a escassez de água, entre outros pontos.
Não temos diante de nós uma tarefa fácil, mas, se o desafio é grande, ele é também urgente e inadiável. A pandemia, que tanta dor e sofrimento nos trouxe, aguçou nosso olhar para a importância do espaço público, para a relação com a natureza que está ao nosso lado e para a importância da vida ao ar livre.
Esse aprendizado não deve se perder porque nos conecta diretamente à questão da preservação ambiental e de uma vida mais saudável, plena e consciente. E contribuir na construção dessa nova vida, dessa nova cidade e desse novo mundo, a partir da transformação do sujeito, também é papel das escolas.
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