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É presidente do Instituto Oportunidade Brasil (IOB)

Mulheres no mundo dos games: como superar a falta de representatividade?

Equipes mais diversificadas têm maior capacidade de criar jogos mais inclusivos, representativos e interessantes para uma variedade de públicos

  • Verônica Lopes É presidente do Instituto Oportunidade Brasil (IOB)
Publicado em 26/03/2024 às 16h58

A presença das mulheres no mundo da tecnologia e dos games tem sido marcada por desafios significativos, mas também por oportunidades transformadoras. Ao longo dos anos, as mulheres têm enfrentado diversos obstáculos, desde estereótipos de gênero até a falta de apoio da família e o viés inconsciente no ambiente de trabalho. A desigualdade salarial e a progressão na carreira também representam barreiras reais que precisam ser superadas.

Ingrid Vaz, desenvolvedora de 26 anos, compartilhou sua experiência ao enfrentar preconceitos no ambiente de trabalho: "Disse que preferia a área de desenvolvimento. Mas, sem efetuar nenhum teste, me falaram: ‘Você leva mais jeito para fazer a documentação’". Histórias como essa são comuns e refletem a persistência dos estereótipos de gênero na indústria de tecnologia.

Porém, apesar dos desafios, as mulheres continuam a deixar sua marca no mundo dos games e da tecnologia. Carol Shaw, conhecida como a primeira mulher designer de games, e Muriel Tramis, considerada a primeira mulher negra a trabalhar como designer de jogos, são exemplos inspiradores de mulheres que quebraram barreiras e abriram caminho para outras.

A falta de representatividade das mulheres na indústria de jogos é uma questão que precisa ser abordada com urgência. De acordo com dados da Indústria Brasileira de Games (2022), apenas 29% das pessoas no setor de games são mulheres, enquanto pessoas negras representam apenas 8% e pessoas não binárias apenas 1,5%. Além disso, estima-se que 54% das empresas de games não possuem políticas de inclusão.

No entanto, a inclusão das mulheres na tecnologia e nos games traz consigo oportunidades significativas. A diversidade de perspectivas e experiências pode levar a uma maior inovação e criatividade na criação de jogos. Além disso, equipes mais diversificadas têm maior capacidade de criar jogos mais inclusivos, representativos e interessantes para uma variedade de públicos.

Games: controles do Playstation e XBox
Games: controles do Playstation e XBox. Crédito: Marko Deichmann/Pixabay

Ao olharmos para o passado e celebrarmos mulheres pioneiras como Ada Lovelace e Grace Hopper, que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da tecnologia, também reconhecemos a importância de promover a participação feminina no mundo dos games. Mulheres como Sarah Bond, que lidera a equipe da Xbox, estão abrindo caminho para uma indústria mais inclusiva e diversificada.

Em resumo, a inclusão das mulheres na tecnologia e nos games não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma oportunidade para impulsionar a inovação e criar experiências de jogo mais ricas e envolventes para todos. À medida que continuamos a celebrar e reconhecer as contribuições das mulheres nesse campo, estamos construindo um futuro mais inclusivo e equitativo para todos os envolvidos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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