Gladson Dalmonech*
Uma das características do mercado é que ele acompanha a roda da História. E todo gestor deve compreendê-lo como um mapa complexo para entender por quais caminhos a roda vai passar. Eis a grande dificuldade de muitos empresários: não saber lidar com as mudanças do mundo, o mapa redesenhado.
De tempos em tempos, o mercado se vê sacudido por uma nova geração cultural. Foi o que aconteceu com o surgimento dos baby boomers – depois da Segunda Guerra – que forçaram um novo olhar para o mundo, com pensamentos menos rígidos que os da época. A consequência disso foi uma mudança na economia, com diversificação de produtos e novos segmentos, sedimentada por ideias diferentes.
Também houve grandes transformações com a chegada da geração X, nascida entre as décadas de 1960 a 1980, com ideias mais críticas, mais liberadas sexualmente, mais transgressoras que a geração anterior. De novo, mudanças na estrutura do mercado. Na esteira, veio, então, a geração Y, ou Millenials, cuja esfera de pensamento foi costurada pela internet e pela globalização.
Em todas essas épocas, o mercado viu-se adaptando suas decisões para contínuas quebras de paradigmas comportamentais, moldando-se aos novos costumes, aos novos modos de agir.
As decisões tomadas pelas empresas a essas necessidades e desejos surgidos com os remodelamentos culturais, chamamos isso de inovação.
Então, é hora de olharmos para essa geração que está chegando ao mercado. Eles são chamados de geração Z, ou I-Gen (já que nasceram num mundo plenamente conectado). Essa geração, marcada por uma maior tolerância em relação a gêneros e diferenças culturais, começa a ter uma maior voz na sociedade. Eles – que nasceram depois de 1996 – firmam, gradativamente, seus modos de ser, ditando novos comportamentos globais.
Segundo a Confederação Nacional dos Diretores Lojistas (CNDL) e o Sistema de Proteção de Crédito (SPC), em uma pesquisa realizada este ano, a geração Z quer ter sucesso no trabalho, mas trabalhar no que gosta. Em outras pesquisas feitas ao longo dos últimos anos, sabemos também que eles são pragmáticos, imediatistas, preocupados com o meio ambiente, não têm medo da imperfeição estética e são mais responsáveis que a geração anterior.
Segue, então, um conselho para o mercado atual: ouça mais essa geração, converse mais com eles, entenda-os, procure compreender suas necessidades, seus desejos, suas reclamações. Dê voz a eles, por meio de sua empresa. Não é hora de ficar para trás. É a roda da história, meu caro. Ela nunca para.
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*O autor é professor de Comunicação e Administração da Universidade de Vila Velha
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