Estado perderá investimentos com equívoco de não privatizar ES Gás

A abertura desse mercado gerará um ciclo virtuoso que atingirá praticamente toda a economia e atrairá investimentos

Publicado em 18/07/2019 às 21h43
Atualizado em 30/09/2019 às 03h12

Distribuição de gás

José Carlos Buffon Junior*

O governo federal, através de sua equipe econômica, prepara novas medidas após a esperada aprovação da reforma da Previdência. Tais iniciativas visam a diminuir o tamanho do Estado, propiciando assim um maior investimento da iniciativa privada na economia.

Umas das medidas mais esperadas, denominada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como “choque da energia barata”, é o novo marco regulatório do setor de gás, que possibilitará uma maior participação da iniciativa privada nesse segmento da economia, permitindo assim mais investimentos, mais competição e, consequentemente, redução do preço do produto.

A abertura desse mercado gerará um ciclo virtuoso que atingirá praticamente toda a economia, como o aumento dos investimentos de indústrias que utilizam o gás natural como insumo, redução do preço da energia elétrica, devido à diminuição do custo de operação das termoelétricas movidas a gás, gerando investimento de cerca de R$ 32 bilhões em infraestrutura até 2038, de acordo com o Ministério de Minas e Energia.

Para colocar o plano em prática, além de realizar as vendas de distribuidoras e transportadoras de gás natural controlada pela Petrobras, o governo federal pretende incentivar que os Estados abram mão dos monopólios de distribuição, privatizando as estatais que levam o gás até o consumidor.

Os Estados que realizarem a privatização de suas distribuidoras com certeza sairão na frente na onda de investimentos, o que parece que não será o caso do Espírito Santo, que deve começar a operar em agosto sua empresa estatal de gás. De acordo com declarações recentes de membros do governo, ainda não há definição sobre privatizar a recém-criada ES Gás.

Sabemos por diversos, e recentes, exemplos que estatais não são bem geridas, e que governos, ao realizaram o papel de empresário, mais atrapalham a economia do que ajudam, além de dificultar a entrada de novos concorrentes no mercado.

Apesar de sermos um grande produtor de gás natural, poderemos ficar de fora dessa nova onda de investimentos no setor por decisões equivocadas de nossos governantes.

*O autor é empresário

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