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É presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES)

Enfermagem avança em tempos de Inteligência Artificial

Tecnologia começou a ser utilizada pela enfermagem para checar o fluxo de soro, a oxigenação, entre outras informações. Com isso, ganha-se tempo e aumenta-se o prazo de descanso do profissional

  • Wilton José Patrício É presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES)
Publicado em 18/05/2024 às 10h00

Quando fundou a enfermagem moderna ao começar a ajudar os doentes na Inglaterra, no século 19, Florence Nightingale nunca poderia imaginar o quão longe a profissão chegaria. Prontuários eletrônicos, histórico digital dos pacientes, monitoramento remoto, laudos online armazenados em nuvem e o uso da Inteligência Artificial trazem uma roupagem contemporânea para um dos trabalhos mais antigos do mundo.

E os números mostram, na prática, essa tendência. Dados da Universidade Stanford revelam que, nos últimos cinco anos, foram investidos quase US$ 29 bilhões em estudos sobre a Inteligência Artificial para área da saúde.

Já a pesquisa da TIC Saúde constatou que a utilização, por parte dos profissionais de enfermagem, dos registros eletrônicos – plataformas com informações sobre a saúde dos pacientes – deu um salto de 52% em 2019 para 85% em 2023.

No caso da Inteligência Artificial, ela começou a ser utilizada pela enfermagem para checar o fluxo de soro, a oxigenação, entre outras informações. Com isso, ganha-se tempo e aumenta-se o prazo de descanso do profissional.

Por consequência, todos esses avanços tecnológicos impactam no mercado de trabalho, que vão desde a reformulação da grade curricular na formação dos profissionais até o surgimento e a consolidação de novas áreas de atuação como Enfermagem em Estética, Enfermagem Esportiva, Enfermagem na Saúde Mental, entre outras.

Ainda é cedo para mensurar como tanta inovação impactará a vida dos mais de 3 milhões de profissionais de enfermagem no país, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, sendo em torno de 52 mil só aqui no Espírito Santo.

Enfermagem
Enfermagem. Crédito: Freepik

Mas uma coisa é certa. Por mais poderosa e necessária que a tecnologia seja, ela jamais substituirá o fator primordial da enfermagem: o cuidado humano. A empatia, a atenção, o zelo, o amor, o sorriso, o toque, atitudes essas que nenhuma máquina jamais conseguirá suprir.

Ou seja, a inteligência pode até ser artificial, mas o gesto de cuidado e amor ao próximo, que enche o paciente de esperança e ajuda no processo de cura, continuará sendo feito da maneira antiga e tradicional, da mesma forma como era realizado por Florence Nightingale quando percorria as ruas da fria Inglaterra, com a sua lanterna em mãos (hoje, símbolo da enfermagem), prestando socorro aos doentes da região.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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